Só se aprende a se relacionar se relacionando

Há quem pense que a solução para uma vida de relacionamentos ruins é simplesmente parar de se relacionar. Acredite, não é.

Com o término de um relacionamento vêm a tristeza, a frustração, a decepção. Algumas de nós preferem se afastar de tudo e todos para viver essa fase, outras, buscam logo se envolver com outro alguém. A verdade é que após um término, todas nós precisamos de um tempo sozinhas antes de voltar a nos relacionar. Um tempo para se (re)conhecer, entender as experiências que vivemos e o que ainda precisamos aprender para conseguir atrair e escolher relacionamentos mais saudáveis. No entanto, o maior erro que podemos cometer é desistir das pessoas e do amor.

Você pode pensar: “Eu só atraio relacionamentos tóxicos, que me trazem sofrimento e dor. Então, é melhor ficar sozinha, certo?” Errado. De novo, todas precisamos de momentos a sós. É nessa solidão escolhida que nos fortalecemos, aprendemos a ser felizes sem precisar do outro, nos preenchemos de autocuidado, de amor-próprio e de autoconhecimento. Mas tudo isso de nada adianta se não pudermos praticar o que foi interiorizado, compreendido, intencionado.

Sri Prem Baba diz que: se a vida é uma escola, os relacionamentos são a universidade. É nos relacionando que realmente aprendemos e evoluímos. Desistir dos relacionamentos é como sair da guerra apenas por ter perdido uma (ou algumas) batalha(s). E amor não é guerra, combate, medir forças. Amar é, na verdade, compartilhar vidas, aprendizados e certezas/incertezas.  

Exatamente por isso, não desista. Vá em frente, acolhendo o que a vida traz, aceitando as experiências, honrando quem passa pela sua vida e aprendendo com o passado. Assim, vamos amadurecendo aos poucos e percebendo, a cada etapa, o que precisamos trabalhar e aprender. Não desista, pois só se aprende a se relacionar, se relacionando.

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Dependência Emocional

Quando você não é capaz de tomar suas próprias decisões por si só, quando a ideia de ficar sozinha a aterroriza, quando não consegue ver e sentir a felicidade longe de alguém, atenção: você provavelmente está sofrendo de dependência emocional.

A maior verdade da dependência emocional é a de que não podemos ser felizes com alguém se antes não formos felizes sozinhas. Quem depende emocionalmente de alguém, entrega (mesmo que inconscientemente) as rédeas da própria vida ao outro.  Quem depende emocionalmente de alguém não se coloca em primeiro lugar e, portanto, acaba se negligenciando. Quem depende emocionalmente de alguém acredita na inverdade de que é dever do outro nos fazer feliz. Quem depende emocionalmente de alguém vive sofrendo por amor e, quando o relacionamento acaba, vive dor e sofrimento, culpando o outro por isso.

Claro, sempre que uma história termina, há uma grande carga de emoção, há a interrupção de planos e perspectivas, há tristeza e frustração. Essa fase é denominada de luto da separação e é completamente normal. Entretanto, amar-se vai além de entregar nossa própria felicidade nas mãos do outro. Temos que nos dar conta da beleza de estar só, de nos cuidar e de fazer aquilo que nos faz feliz.

Ao conseguirmos fazer isso com espontaneidade e leveza, nasce uma incrível alegria em perceber que podemos ser completas e felizes sem precisar do outro. E é exatamente o fato de nos sentirmos assim, plenas, que nos torna capazes de atrair e construir relacionamentos saudáveis, baseados no amor-próprio de duas pessoas completas. Repense seus relacionamentos: você se sente segura e tranquila longe da outra pessoa? Caso a resposta seja negativa, alerta vermelho: você pode estar dependente emocionalmente.

Ser livre não significa necessariamente estar sozinha. Significa sentir-se bem independentemente de estar ou não em um relacionamento. E significa ter consciência do espaço que cada um deve ocupar dentro de uma relação. Se você está em uma situação em que a simples ideia de afastamento do outro lhe provoca dor e sofrimento, busque ajuda. Dependência emocional adoece relações e pessoas. E cuidar de si é o primeiro passo para ser livre mesmo amando alguém.

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Contoterapia pra quê?

Quem já não sorriu ou chorou ao se identificar com uma história, ao perceber que outras pessoas também passam pelas mesmas experiências? Na Contorerapia, esse processo é terapêutico e cria novos rumos.

A Contoterapia é uma proposta maravilhosa para quem busca autoconhecimento. Quando estamos em dificuldades, o que mais queremos é contar nossas histórias e ouvir histórias que nos mostrem que há saída, que o que vivemos é comum a muitas pessoas e que podemos nos inspirar para mudar nossa realidade.

Por meio dos arquétipos e de personagens de histórias, reais ou não, nos identificamos e buscamos alternativas, compreensão e insights que nos permitem ressignificar nossas próprias experiências. Vivenciar em grupos de Contoterapia nos faz mais fortes e proporciona o autocuidado. Com a identificação, conseguimos acessar crenças limitantes, traumas guardados e curar as dificuldades, criando possibilidades de novas posturas e de mudanças.

Quem já participou de um grupo de Contoterapia sabe: conhecer a si mesma e reconhecer sua própria experiência ou parte dela em outras histórias muda uma vida. Os contos nos trazem de volta ao presente, nos empoderam e nos permitem tomar as rédeas das nossas emoções. Aos poucos, nos descobrimos prontas a (re)fazer novas escolhas – aquelas que fazem sentido e que falam alto ao coração.

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A importância do autoconhecimento nas relações

Quando Sócrates, um dos maiores pensadores da antiguidade, disse: “conhece a ti mesmo”, talvez não tivesse a dimensão do tempo que levaria para que entendêssemos essa máxima: como saber o que queremos sem nos conhecermos a fundo? Você se conhece? E sabe exatamente o que quer?

Só conseguimos o que desejamos se estamos conscientes das nossas vontades.  Muitas de nós seguem pela vida apenas repetindo padrões, correndo atrás de preencher lacunas que a sociedade impõe, sem se questionar se estão atendendo aos seus anseios. Em contrapartida, também há mulheres que não seguem os padrões básicos esperados pela sociedade. Seja lá qual forem as nossas escolhas, que sejam resultado de um longo processo de autoconhecimento consciente.

O autoconhecimento também é o caminho mais saudável para o amor. Sabendo quem somos e o que nos move, escolhemos relacionamentos verdadeiros à nossa maneira, desprovidos de opiniões alheias e de padrões que não nos dizem respeito. Há mulheres que, ao buscarem a causa de relacionamentos abusivos, acabam encontrando mais:  descobrem quem realmente são. Que, antes de nos envolvermos em um relacionamento, possamos parar e refletir sobre quem somos e o que realmente queremos. Esta é a base para a construção de relacionamentos saudáveis.    

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Como o Autocuidado favorece nossos Relacionamentos

Somos quem melhor nos conhece ou, ao menos, deveríamos ser – esta é a maior verdade do mundo. Ninguém melhor do que nós mesmas para identificar nossos próprios anseios, objetivos, medos, incertezas e inseguranças – os quais, muitas vezes, cansamos de explicar aos outros e, em troca, recebemos incompreensão ou, pior, indiferença.

Dizem que só conseguimos dar aos outros aquilo de que estamos preenchidas. Mas como nos preencher de algo quando esperamos obtê-lo do outro?

Autocuidado, Amarildas, é a forma mais incrível nos preencher de amor, pois só o amor-próprio nos possibilita sentir amor genuíno pelos outros. Só a autocompreensão e a autocompaixão nos permitem compreender os outros e ter compaixão por eles.  E ao estarmos preenchidas de amor-próprio, atraímos amores de igual tamanho. Amores que caminham juntos e que não precisam ser preenchidos pelo outro porque já têm sua própria cota de autocuidado.

Por isso o autocuidado é tão importante. Nós, mulheres, aprendemos desde cedo a cuidar dos outros: família, irmãos, filhos, marido, e nos esquecemos de cuidar de nós mesmas. Deixamos de lado quem mais merece carinho e compreensão. Você se conhece? E, caso já esteja familiarizada consigo mesma, aceita quem é de verdade? Você ama quem vê no espelho, ou foge do contato com suas próprias sombras, com medo do que vai encontrar?

Exercício do dia, da semana, do ano, da vida: olhar-se no espelho, admirar a si mesma e, sobretudo, cuidar-se. Somos todas maravilhosas. Somos todas Amarildas! 

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Orientação emocional – por que precisamos de ajuda?

Reconhecer os próprios anseios, saber separar os próprios valores, desejos e sentimentos dos do outro, respeitar os próprios limites e compreender até aonde vai nossa capacidade de doação são passos para a libertação da alma. E são eles que nos permitem traçar caminhos mais assertivos, maduros e satisfatórios em nossos relacionamentos.

Embora a guiança e as respostas estejam sempre dentro de nós, por que será que é tão difícil sair de certos relacionamentos ou de estados de desesperança e melancolia sozinha? A questão é que muitas vezes não conseguimos identificar onde está o problema. Sentimentos, sensações, medos e desejos também vivem dentro de nós de maneira confusa. Mas quando temos a oportunidade de expressar o que pensamos, o que sentimos, o que tememos, o que nos incomoda e o que desejamos, em terapias, por exemplo, compreendemos mais claramente o que se passa.

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Por mais fortes que sejamos, às vezes desmoronamos na fragilidade do nosso sofrimento. E tudo bem. O conforto pode vir quando alguém, de forma verdadeira e com a intenção de ouvir e ajudar, nos pergunta: “como você está?”. A terapia possibilita a abertura do coração. Daí a importância de realizar um processo terapêutico individualmente ou em grupo e de participar de encontros em que reconheçamos, nos outros, nossas próprias incertezas e frustrações. Não é fraqueza procurar ajuda, é sinal de fortaleza, de ânimo e de coragem para conquistar novos patamares emocionais. Vamos juntas? 

Somos todas Amarildas

  • Quem aí nunca sofreu por amor?
  • Quem nunca achou que estava doando mais do que recebendo em uma relação?
  • Que já confundiu carência com paixão e depois se viu em um relacionamento vazio?
  • Quem aí nunca teve medo da rejeição ou do abandono?
  • Quem já se viu vivendo mais a vida do outro do que a própria?
  • Quem nunca passou por cima dos próprios desejos e das próprias opiniões para agradar o outro?
  • Quem aí nunca teve que reprimir a espontaneidade e pisar em ovos com alguém?

Somos todas Amarildas. E ainda que algumas de nós resistam em assumir, somos todas coração. Somos todas autênticas, mas muitas de nós têm dificuldade de dividir espaços para que caiba o que é seu no relacionamento sem perder a individualidade e a espontaneidade, ou sem invadir o espaço do outro. Somos todas intensas e, quando não somos, normalmente é porque nos travestimos para agradar. Mas agradar a quem?

Se você enfrenta desafios em qualquer tipo de relacionamento, você é uma Amarilda. Se você quer transformar a sua realidade para viver intensamente de forma plena e feliz, você é uma Amarilda. Você pode, todas nós podemos! As ferramentas estão dentro de nós e o ingrediente secreto é um só: autoconhecimento.

Mas quem são as Amarildas? Descubra aqui (amarildas.com.br). As Amarildas buscam o caminho da valorização pessoal, da troca consciente de sentimentos, desejos e propósitos – mas, muitas vezes, sentem-se perdidas. Por isso estamos aqui, por isso criamos este espaço, pois no fundo, somos todas Amarildas.

Portanto, mais uma vez: sejam bem-vindas, Amarildas! A casa é nossa.

Aguardem novidades! Em breve, poderemos compartilhar toda essa imensidão que vive dentro de nós com outras Amarildas. Quem aí quer fazer parte? Cadastre seu e-mail na página inicial: amarildas.com.br

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Culpa – entenda mais sobre esse sentimento e liberte-se

Culpa – uma palavra tão curtinha, mas tão pesada. E quem não sabe o que é culpa, que atire a primeira pedra! Mas, o que será que a sensação de culpa diz sobre nós e o que ela tem a nos dizer?

Primeiramente, o que é culpa? Culpa é, basicamente a responsabilidade por dano, mal ou desastre causado a outrem. O interessante é que a palavra “culpa” precisa necessariamente de um sujeito: o culpado. Não existe culpa sem um culpado! Portanto, ela só existe quando nos relacionamos. E o fardo da culpa cai categoricamente sobre duas possibilidades de culpados: nós mesmas ou o(s) outro(s) – ora nos sentimos culpadas por algo que causou danos a nós próprias ou a outrem, ora culpamos o(s) outro(s). Mas há quem tem a tendência a se culpar sempre por tudo e há quem costuma culpar o(s) outro(s) por tudo. Em qual das opções você se encaixa?

Viver se culpando por tudo revela não apenas insegurança pessoal e falta de autoconfiança como também arrogância – pois enxergamos nas situações e reações da vida uma forma de comprovar o quanto nossas ações são poderosas, já que afetam as pessoas à nossa volta. Por outro lado, culpar os outros pelo que acontece na nossa vida é uma maneira de fugir da nossa autorresponsabilidade. Em um relacionamento, as duas pessoas envolvidas são responsáveis por tudo aquilo que acontece, ou seja, a “culpa” é sempre dos dois. 

Para podermos nos libertar da sensação de culpa, precisamos antes saber de que “tipo de culpa” se trata. Vamos assumir que existem dois tipos básicos de culpa: a culpa real e a culpa falsa:

·         Basicamente, culpa real é quando reconhecemos que algo que fizemos ou dissemos causou um dano ao outro. É quando percebemos a dor dentro de nós por ter causado dor ao outro.

·         Por outro lado, culpa falsa é quando nos sentimos culpadas por algo pensando sob o ponto de vista, a opinião ou o julgamento dos outros sobre o que somos ou o que fazemos. É quando, por exemplo, sentimos culpa ao deixar o marido/namorado em casa para passar um tempinho com as amigas. É quando estamos nos divertindo, viajando e sentimos culpa porque outras pessoas no mesmo momento estão trabalhando. É quando nos culpamos por algum aspecto da nossa personalidade. É uma sensação de culpa que não causa nenhum dano real aos outros.

Além de real e falsa, a culpa também pode ser consciente ou inconsciente:

·         Culpa consciente é quando intencionalmente causamos algum tipo de dano ao outro. É quando fazemos algo de propósito e estamos cientes da nossa parcela de responsabilidade em provocar um dano ao outro. 

·         Culpa inconsciente é quando de alguma forma causamos um mal ao outro sem querer, sem intenção.  

Todas nós sabemos o quanto a culpa é um sentimento desagradável. No entanto, até termos total consciência da maneira como poder evitá-la, temos que aprender a lidar com ela. É muito importante saber o que fazer quando nos sentimos invadidas pela culpa, pois ela pode ser tanto útil para o nosso desenvolvimento pessoal, quanto completamente inútil.

Ficar remoendo situações do passado e nos martirizando com pensamentos do tipo: “se eu tivesse feito diferente...”, “eu deveria (ou não deveria) ter feito ou dito isso ou aquilo”, é um ótimo exemplo do quanto a culpa pode ser inútil, pois nada é capaz de mudar o que já aconteceu no passado. Carregar uma culpa totalmente passiva e inútil apenas nos perturba e consome nossas energias em vão.  

Em contrapartida, a sensação de culpa pode ser útil quando a enxergamos como elemento para transformação e mudança. Mais do que uma punição, o sentimento de culpa pode ser interpretado como uma constatação de que temos que rever nossa forma de agir, falar ou pensar. Ao analisamos nossa culpa, fica mais claro o que temos de fazer diferente no futuro.

Sentir culpa pode ainda ser considerado um alerta, um momento de pararmos para refletir. E tal reflexão é a chave para podermos nos libertar. O primeiro passo desse processo é voltar nosso foco e atenção exclusivamente a nós mesmas, esquecendo o envolvimento, as reações e o comportamento do outro. A primeira pergunta a se fazer é: “minha culpa é real?” (Causei, de fato, algum dano real a alguém?). E a resposta não pode ser subjetiva e nem deve conter nossos julgamentos e opiniões pessoais. Por mais “sem cabimento” que a dor alheia possa nos parecer, ela é sempre digna de respeito.

Se a culpa for real, ela ainda pode ser consciente ou inconsciente. Então, a segunda pergunta a fazer é: “minha culpa é consciente ou inconsciente?” (Tive ou não tive a intenção de causar dano?). Na maioria das vezes, a resposta não é tão óbvia quanto pode parecer. Para que essa resposta seja verdadeira, precisamos de tempo suficiente para realmente refletir, meditar e analisar nossas motivações pessoais. Sinceridade e humildade são essenciais neste passo.

E o que fazemos quando descobrimos uma culpa real e consciente? Provavelmente, o melhor a fazer é avaliar se a dor causada em ambas as partes valeu a pena – isto é, o fim justifica os meios? Aquele momento passado, em que nossas emoções falaram mais alto do que a razão, nos ajudou a cumprir nosso objetivo? Esta reflexão nos leva a pensar duas vezes antes de ferir alguém, pois compreendemos que ao ferir o outro também nos prejudicamos (nem que seja apenas com o peso da culpa).

No caso da culpa real inconsciente (quando não tivemos a intenção de causar dano), além de nos policiarmos para agir de maneira diferente no futuro, o importante é tomarmos uma boa dose de autoperdão e autocompaixão. Não somos perfeitas, temos nossas limitações e fazer do sentimento de culpa uma forma de autopunição só piora as coisas.

Ao detectarmos a sensação de culpa falsa, temos que lembrar que ela é sempre inútil. E o que fazer a com ela? Nesses casos, o melhor remédio é focar e aproveitar o momento presente. Muitas vezes nos retiramos do momento presente pensando no passado, no futuro, em situações hipotéticas, e na opinião e julgamentos alheios. Mas, se o que estamos fazendo não é prejudicial a ninguém, que mal tem? Bora focar em nós mesmas e ser feliz sem culpa!

7 hábitos que você precisa abandonar se quiser ter um relacionamento saudável

Em tempos de relacionamentos cada vez mais descartáveis, com a intenção de fazer com que perdurem, muitas vezes desenvolvemos hábitos que, em vez de ajudar, podem acabar comprometendo nossas relações. Sete deles são:

 

1)    Anular-se

Algumas de nós se tornam tão envolvidas com o parceiro que não medem esforços para agradá-lo a qualquer custo. Muitas vezes, a fim de agradar ao outro e atendermos a nossas necessidades de sermos aceitas e amadas, deixamos nossas preferências de lado e, aos poucos, perdemos o senso da nossa própria individualidade. Quando nos anulamos em função do outro, fica praticamente impossível identificar onde nossas necessidades, emoções, vontades, opiniões, e até interesses e valores acabam e onde os do parceiro começam.  Ou seja, quando o parceiro está feliz, sentimo-nos felizes também, quando o parceiro está triste, sentimo-nos igualmente tristes, quando o parceiro não gosta de algo ou alguém, também não gostamos. O autor Walter Riso diz que agindo dessa forma, sofremos uma “despersonalização” até nos transformarmos num anexo da pessoa amada – o que, além de nos prejudicar, também empobrece o relacionamento. Em um relacionamento saudável, ambas as partes devem manter suas personalidades e opiniões próprias.

 

2)    Responsabilizar o parceiro pela sua felicidade

Acreditar que a fonte de felicidade se encontra do lado de fora (no parceiro ou no relacionamento, por exemplo) é a receita certa para a frustração. Para que possamos ser felizes nos relacionamentos é preciso que, antes de tudo, estejamos felizes com nós mesmas. É claro que podemos ser ainda mais felizes quando estamos em um relacionamento saudável, no entanto, ele não pode ser o responsável pela nossa felicidade, e sim um potencializador dela. Já ouviram falar que a felicidade só é verdadeira quando compartilhada? Pois então, para que ela seja compartilhada a dois, é necessário que ela exista antes em cada uma das partes. E quem melhor que nós mesmas para saber exatamente o que nos faz feliz? Duas pessoas felizes são capazes de dividir a felicidade. Uma só, não é capaz de sanar a necessidade de felicidade do outro. E o que dizer de dois infelizes que acreditam que a felicidade lhe será provida pelo outro?

 

3)    Acreditar que o relacionamento seja a solução para os seus problemas

Você acredita que quando está se relacionando está a salvo dos perrengues do dia a dia? Muitas de nós, mulheres, cremos que nossos parceiros são como super-heróis que nos salvarão das dificuldades da vida. No entanto, devemos estar cientes de que, mesmo em um relacionamento, cada um tem suas próprias questões. É verdade que o apoio do parceiro é fundamental, mas ele não tem o poder de resolver tudo para nós, portanto não devemos esperar isso deles. Na maioria das vezes, envolver-se em toda e qualquer dificuldade do outro não é saudável para o relacionamento. A terapeuta americana e escritora de best-sellers, Robin Norwood, diz que: “Até que entendamos no fundo de nossa alma que um homem ou outro jamais serão a resposta para nossas dificuldades, seremos prisioneiras de nossos próprios modelos de dependência emocional.”

 

4)    Privar-se de um tempo para si

Você é daquelas que quando entra em um relacionamento se esquece de tudo e de todos? Muitas vezes, acabamos deixando não só as amigas de lado, mas também alguns hábitos e pequenos rituais pessoais para passarmos mais tempo ao lado do parceiro. No início, pode até ser algo espontâneo e agradável, entretanto, ao longo do relacionamento, privar-se de um tempo para fazer algo a sós ou na companhia das amigas pode acabar comprometendo a relação. Dentre algumas razões, uma delas é que nem sempre ele fará o mesmo. E quando abrimos mão de algo importante para nós em prol do relacionamento, criamos (mesmo que inconscientemente) a ideia de que o outro fica nos devendo algo em troca. No entanto, o outro não faz a menor ideia de que tem uma “dívida” conosco, e então não irá “quitá-la” da forma que esperamos. Aí, além de nos sentirmos frustradas, começamos a exigir mais da parte deles. Para evitarmos esta situação, é importante mantermos todas aquelas atividades só nossas que nos nutrem e nos fazem tão bem. 

 

5)    Engolir sapos e/ou falar sem refletir

Boa comunicação é essencial nos relacionamentos saudáveis. Mas temos que estar sempre atentas... Engolir sapos pode ser arriscado porque, uma hora ou outra, eles acabam escapando – e causando aqueles momentos em que “do nada” jogamos tudo na cara de nossos parceiros, por algo visivelmente sem importância. Quando escolhemos o silêncio, as palavras não ditas e aparentemente esquecidas se manifestam em forma de irritação, ansiedade e tristeza, e acabam nos afastando dos outros. Por outro lado, falar o que dá na telha, em plena reação emocional, também pode gerar discussões calorosas, inúteis e superficiais. Dentre as diversas formas de nos comunicarmos, o ideal é encontrarmos o meio termo, expressando nossas ideias e sentimentos com leveza, amor, paciência e compaixão.

 

6)    Criticar

Quando fazemos uma crítica explícita, colocamos o outro contra a parede, na defensiva. De modo geral, quando criticadas as pessoas tendem a se justificar e explicar o porquê de suas ações. Apesar de terem a intenção de mudar algo no outro, as críticas não são o melhor caminho para isso. Muito pelo contrário, elas podem ser bastante perigosas, pois são capazes de ferir o orgulho do outro e de gerar ressentimentos. Além do mais, as chances de convencermos alguém de que ele está errado através de uma crítica é muito menor do que as de feri-lo, pois elas abalam nosso orgulho e nossa vaidade. Uma boa alternativa para a crítica é a compaixão. Ao nos colocarmos no lugar do nosso parceiro e tentarmos analisar o que o leva a ser como é e por que ele faz o que faz, provavelmente descobriríamos que nós próprias agiríamos da mesma maneira sob as mesmas condições. A comunicação a partir da compaixão fica muito mais leve e propensa à escuta do que a proveniente de uma crítica ou um julgamento.

 

7)    Deixar de impor limites

Calma, não é o que parece! Não devemos nos tornar controladoras neuróticas e impor limites aos nossos parceiros – este definitivamente não é um bom caminho. Mas, é de nossa responsabilidade definirmos nossos próprios limites com relação ao que acreditamos que seja aceitável ou não dentro de um relacionamento – esta é uma forma de autorrespeito e de autocuidado. Não é saudável ultrapassar os limites da nossa individualidade, por exemplo. Nem tolerar todo e qualquer tipo de comportamento do parceiro. É importante termos discernimento, coragem e amor próprio suficientes para sabermos quando abandonar um relacionamento que deixou de ser saudável. Aprender a dizer “não” é aprender a respeitar nossos próprios limites. Podemos (e devemos) entender e respeitar uma atitude alheia com a qual não concordamos, mas isso não quer dizer que temos que tolerá-la. O ideal é estabelecermos nossos próprios limites quanto ao que consideramos adequado ou não em um relacionamento e, principalmente, sermos fiéis a eles. Não podemos nos esquecer que sempre podemos fazer nossas próprias escolhas.