Dia dos Namorados – aquela pressão

Já consigo até imaginar a cena: Dia dos Namorados chegando, você solteira – e aquela pressão social para comemorar com alguém. Mas vamos lembrar que, por mais fofa que seja, essa é apenas uma data comercial, ok?

Nos dias que antecedem a comemoração de 12 de junho, o clima pode ser bem chato para quem está solteira. A impressão é de que todas as pessoas da face da Terra estão acompanhadas e que você é a única que está fora da festa? Pois essa é uma sensação muito comum. O comércio vibra com as datas comemorativas e o marketing corre a todo vapor para aumentar as vendas. Consequência: para onde quer que a gente olhe, há um lembrete sobre o Dia dos Namorados. Mas será que essa data é mesmo tão importante assim?

Por mais fofa que seja, não podemos nos esquecer de que é apenas uma data comercial. Ou seja, foi criada principalmente para que tenhamos o desejo de consumir. E, visto que, nesta época as solteiras e os solteiros convictos não são constituem um bom nicho de mercado, o comércio e as mídias passam a vender a ideia de que estar em um relacionamento é infinitamente melhor do que estar só. Mas será mesmo que estar sozinha é tão ruim? Já falamos aqui (https://bit.ly/2sCeSc7) sobre a diferença entre estar sozinha e se sentir só e do porquê a escolha de estar sozinha não precisa de explicações ou justificativas (https://bit.ly/2ssRsqD). Se você não está em um relacionamento amoroso, sua própria companhia deve ser a melhor de todas e não motivo de angústia ou até mesmo depressão.

Enxergar as datas comemorativas como realmente são – isto é, apenas lembretes para sermos gratas por tudo o que temos, pelas pessoas que estão em nossas vidas, pelos sentimentos que cultivamos – ajuda a minimizar as expectativas em torno delas. Não há a menor necessidade de estourar o cartão de crédito para fazer uma surpresa no dia dos namorados. O que importa é que o relacionamento seja vivido diariamente com amor e entusiasmo. Na verdade, isso vale para tudo na vida, certo?

Existe também uma outra pressão que envolve esta data: a que assombra casais recém-formados que ainda não sabem se estão ou não namorando. Ou aqueles que já estão, mas se conhecem há pouco para saberem bem sobre os gostos um do outro. Percebe que essa ansiedade pela data pode ser bem prejudicial inclusive para quem já está com alguém? O melhor da vida é construir as próprias regras – sejam nos relacionamentos, na forma de consumir ou na convivência com as pessoas. Dar presente por obrigação não é carinho, é convenção!

Que neste dia dos namorados, possamos nos dar conta de que a melhor companhia tem que ser aquela que está sempre ao nosso lado, seja um companheiro, uma amiga e até nós mesmas. Por que não? Que possamos, então, celebrar o amor (inclusive e principalmente o próprio) e as amizades verdadeiras. Que tal? Feliz 12 de junho!

Com amor,

Camilla Couto

dia dos namorados.png

Você tem dia certo para expressar seu amor?

O Dia dos Namorados está chegando e eu pergunto: você tem dia certo para expressar seu amor? Por que será que giramos tanto em volta das datas comemorativas? Vale uma reflexão.

Quando se trata de datas comemorativas, há dois tipos básicos de pessoas: aquelas que não dão muito importância (e que talvez acabem sendo capturadas pelo clima que as comemorações geram), e aquelas que contam os dias para essas datas consideradas “especiais”. É bacana comemorar dias como o dos namorados? Claro que é! O que não pode é focar nessas datas como se elas fossem os únicos momentos do ano propícios a preparar surpresas e demonstrar sentimentos. A preocupação excessiva com datas pode ser um bom termômetro sobre o quanto você faz da sua vida ordinária algo especial. Vamos refletir?

Quando foi a última vez em que você disse “EU TE AMO”? Ou quando foi que presenteou seu companheiro com algo verdadeiramente especial e criativo? No último dia dos namorados? Vamos um pouco além: você sabe do que seu namorado ou marido realmente gosta? Há pessoas que passam anos em um relacionamento que reclamam por nunca terem ganhado algo de que realmente gostassem. Um dos motivos: muitas de nós julgam o outro pelos seus próprios gostos, pela importância que dão às coisas, e se esquecem de olhar para o outro e entender o que, de fato, o faz feliz.

O olhar cuidadoso sobre a personalidade de quem amamos é uma grande prova de amor! Não é incrível quando ganhamos um presente de que gostamos muito, independentemente do valor em dinheiro que aquilo tenha custado? Tenha esse cuidado com o seu parceiro – descubra o que ele adoraria receber enxergando o mundo sob a perspectiva dele – e não apenas no dia dos namorados. Esperar uma data para efetivamente fazer algo especial acaba, por vezes, tornando o ato mecânico. Torna-se quase óbvio que alguém faça uma homenagem, compre um presente, diga algo bonito. É esperado que façamos isso no dia dos namorados.

Mas, e durante todos os outros dias do ano, como ficam esse olhar especial, o cuidado com o outro, a surpresa ao expressarmos o que sentimos? Continuam fluindo ou ficam guardados em uma gaveta, esperando a próxima data comemorativa? Que possamos entender que comemorar datas especiais não é errado, mas que é infinitamente melhor fazer de todos os dias um pouco especiais. Proponho que, em vez de ficarmos esperando pelo Dia dos Namorados para dizer “eu te amo” ou para finalmente fazer aquela surpresa meio maluca, que a gente se comprometa a fazer cada dia ao nosso lado valer a pena. Não deixe para amanhã o amor que você pode expressar hoje!

dia certo expressar amor.png

Cada relacionamento, uma sentença!

Independentemente do tipo de relacionamento que você viva, uma coisa é certa: não existe padrão ideal, nem regras fixas para se ter uma relação satisfatória. Assim como cada pessoa é única, relacionamentos também o são.

Buscar o padrão ideal é cansativo e inútil. Cada relacionamento, uma sentença! Converso com mulheres de todos os tipos, com os mais variadas queixas e inseguranças em seus relacionamentos. E se, em meus atendimentos, eu buscar um padrão do que funciona ou não, certamente vou confundir mais do que orientar. Por quê? Porque o que vale para um casal não necessariamente vale para o outro! Somos todos seres únicos e temos jeitos diferentes de ver a vida e de realizar nossas escolhas. Quando dois universos se unem em uma relação, são eles que precisam, juntos, construir suas próprias condutas.  

Sabe aquela sua amiga que tem um casamento maravilhoso? Pois é, o que ela faz pode não funcionar para você. Será que vocês reagem da mesma forma a situações semelhantes? Lembre-se de que vocês vêm de famílias diferentes, cada uma viveu sua infância de forma diferente, e foram criadas com diferentes princípios, valores e regras. E, por mais que tenham frequentado a mesma escola, a mesma faculdade e sigam sendo muito amigas, ainda assim vocês constituem universos particulares completamente distintos. Você sabe se o que ela espera do outro é o mesmo que você? Nem adianta ficar imaginando, porque certamente você só saberá uma parte das reações de outra pessoa, por mais próxima que ela seja.

Da mesma forma, a comparação inevitável causada pela superexposição da internet pode ser um veneno para as relações. Vemos fotos de casais incríveis, em dias felizes, férias intermináveis, sorrisos diários e pensamos: por que nossos relacionamentos não são assim? Mas, acredite, apenas uma mínima parte do que vemos na internet é real. Atualmente, o mundo virtual costuma refletir nosso ideal, aquilo que gostaríamos de ser o tempo todo. Ninguém posta foto durante ou após uma discussão de casal, com caras tristes, desiludidos da vida, concordam? Mesmo quem “parece” feliz o tempo todo está mostrando a parte da vida que lhe convém, não seus dias reais. Ninguém é satisfeito e leve o tempo todo. Nenhum relacionamento longo e duradouro é um mar de rosas. Nem o seu, nem os dos seus modelos virtuais de felicidade.

O foco tem que ser você, seu ideal de vida, a realidade que está construindo sozinha ou acompanhada. Entender aquilo que realmente faz bem para você, independentemente da opinião alheia e do que é considerado “certo” ou “errado” é o mais importante. Seja você mesma a todo tempo e ouça a voz do seu coração. Só tendo essa baliza de valor projetada nas suas relações é que você poderá atrair, observar e escolher o que funciona melhor para você e para o seu relacionamento.

diversidade casais.jpg

Aja como parceira, não como mãe

Claro que estamos falando de relacionamentos. Existe uma facilidade muito grande de confundir papéis e acabar agindo de forma maternal em vez de se mostrar companheira. Como você tem agido ultimamente?

Em um relacionamento amoroso, trocar o comportamento de parceira pelo de mãe é um erro fácil de ser cometido, especialmente para quem já tem uma predisposição à maternidade e ao cuidado. Cuidar do outro é muito prazeroso, mas confundir os papéis pode levar a relação a um caminho sem volta. Quantas vezes dizemos ou escutamos frases como: “ele precisa de ajuda”, “ele gosta que eu o diga o que fazer”, ou mesmo “ele não vive sem mim”. Mas, será mesmo?

O primeiro ponto a ser observado para saber se estamos no papel correto numa relação de casal é compreender o que buscamos nesse relacionamento e o que temos a oferecer – assim como o que nossos parceiros esperam de nós e têm para nos dar. Será que seu parceiro busca alguém que faz por ele o que a mãe faz/fazia? Se esse for o caso, fuja! E você? Se você procura alguém de quem cuidar, olhe-se no espelho e comece por você mesma! Um casal que se une com um desses propósitos ou os dois, não vai muito longe. A não ser que, por algum motivo, ambos estejam contentes com os papéis distorcidos que desempenham.

Pare por alguns instantes e reflita sobre como você tem tratado seu parceiro. Se você se vê em um papel maternal que não reflete seus desejos e que não a traz felicidade, pare já! Não devemos agir como a mãe dos nossos namorados ou maridos. Não precisamos controlar e nem julgar seus comportamentos, e nem precisamos nos entregar de forma despersonalizante para garantir amor e reciprocidade. Quanto a eles, homens adultos e maduros não precisam que suas parceiras digam a eles o que fazer, o que deixar de fazer, como fazer, e assim por diante. O que é realmente necessário numa relação de casal é que ambos se amem e se aceitem como são. E que saibamos equilibrar, de maneira saudável, aquilo que damos e recebemos.

  • Observe se você:
  •  Doa mais do que recebe;
  •   Cuida de tudo (seja em casa, na agenda, etc.);
  •   Está sempre de olho em tudo que acontece e em tudo o que ele faz (ou não faz);
  •   Controla demais a vida de seu parceiro;
  •   Dificilmente faz coisas sem ele;
  •  Nem lembra quando foi que saiu com as amigas pela última vez.

Faz parte também da dinâmica do casal que confunde (ou projeta) os papéis de mãe e filho ter uma vida a dois menos apimentada, digamos. Agir como mãe reflete muito zelo e pouca intensidade. O cuidado e até o carinho, por maior que sejam, inevitavelmente vêm acompanhados de controle e julgamento. Não há uma troca equilibrada e não há reciprocidade – aquele que é cuidado pode até sentir-se em uma posição confortável, porém, inferior.

Observe sua relação e seus hábitos.  Você não se sente feliz? Mude! Exponha seus desejos, seus objetivos, suas vontades e até suas queixas e suas inquietações. No entanto, entenda que não dá para controlar tudo e que relacionamentos perfeitos não existem. Relaxe mais, invista em si mesma, divirta-se. A vida é uma só e há hora para tudo: de ser mãe, para quem deseja, e de ser mulher, amiga e companheira quando se trata de um relacionamento amoroso. Equilíbrio é tudo!

***Vale lembrar que, mesmo que seja menos comum, há casais em que o homem confunde o papel de parceiro com o de pai e a mulher, o de companheira com o de filha. A dinâmica é basicamente a mesma descrita acima e as consequências, tão desastrosas quanto.***

aja como parceira.jpg

Estou sozinha e vou bem, obrigada!

De padrões sociais cruéis a preconceitos com a solteirice, não faltam motivos para ter medo da solidão. Mas é hora de pensar se estar sozinha é mesmo tão ruim assim.

Estou sozinha e vou bem, obrigada! A frase pode parecer um pouco dura, mas ela precisa ter um lugar em nosso repertório emocional (mesmo que seja apenas em pensamento). Estar sozinha não significa nada, a não ser que sua escolha, naquele momento, é estar em sua própria companhia. Ponto final. Não tem um porquê. Não requer absolutamente justificativas ou explicações. “Ela está sozinha porque...”. Quais são os primeiros motivos que te vêm em mente para completar essa frase? “Porque não conseguiu ninguém”? Se este não esteve nem entre os três primeiros que você pensou, parabéns!

Infelizmente nossa sociedade ainda faz uma correlação entre o valor de uma mulher e o fato de ela estar ou não em um relacionamento amoroso. Se ela é boa o suficiente, vai “conseguir” alguém. Como se o outro fosse um troféu que desse algum tipo de aval de pertencimento social. Esse código, configurado há muito tempo, acabou se tornando uma convenção – nosso julgamento acontece de maneira automática, mesmo que não percebamos. Mas não precisa mais ser assim.

Com o advento do feminismo e a luta das mulheres por igualdade, aos poucos (bem devagar mesmo) estamos modificando os papéis aceitos e redescobrindo valores que, durante muito tempo, foram varridos para debaixo do tapete (literalmente, já que a limpeza de casa sempre foi uma atividade associada ao universo feminino). Estar em uma relação é somente mais uma das muitas escolhas que podemos fazer na vida. Assim como estar sozinha.

O mais importante é iniciarmos a jornada de autoconhecimento e aprender o que, desse dicionário maluco de comportamentos sociais, realmente vale para a nossa vida. E, se nenhum deles te seduzir, é hora de inventar um novo papel, que seja autoral e que fale autenticamente de quem você quer ser. Estar sozinha é melhor do que estar em uma relação ruim. Estar sozinha é melhor do que estar com alguém só por estar. Estar sozinha é melhor do que qualquer alternativa que não te faça feliz.

Faça uma escolha consciente, longe do medo que é imposto e não é real. Quem sabe da sua vida é você e só você pode dizer o que é bom ou ruim de ser vivido. Experimente escolher com legitimidade e com verdade e veja como a vida sorri de volta, mandando situações e pessoas que realmente estejam em sintonia com o seu momento! E, quando decidir se envolver com alguém para escrever uma história a dois, mais do se questionar se a pessoa que escolheu é aquela certa, conheça bem os motivos pelos quais tomou tal decisão!

sozinha bem obrigada.jpg

Sozinha ou só?

Para você, o que é mais preocupante? Estar sozinha ou sentir-se só? Talvez você esteja se dizendo que dá na mesma, mas existe uma diferença grande entre os dois conceitos, quer ver só?

Muitas de nós confundem estar sozinha com a sensação de estar só, e essa confusão gera um medo que nos direciona e condiciona, sem que a gente perceba. Provavelmente você já tenha se visto em uma relação sem muito futuro apenas por estar com alguém. Posso apostar que sim. Mas também já se sentiu muito bem caminhando pela praia ou curtindo um cineminha em sua própria companhia, por exemplo. Consegue perceber a diferença?

Enquanto estar sozinha se refere a estar ou não com alguém, sentir-se só tem muito mais a ver com um estado emocional. Podemos estar sozinhas e não nos sentirmos sós. Isso acontece quando nos sentimos bem em nossa própria companhia, quando nos sentimos preenchidas e empoderadas, quando temos consciência de quem somos e quais os nossos desejos e objetivos. Por outro lado, também é possível estarmos em um relacionamento amoroso ou na companhia de alguém e, mesmo assim, nos sentirmos sós. É aquela velha história de estar só em meio à multidão. Quem nunca?

Quando nos sentimos inteiras, somos capazes de realizar nossos próprios desejos e nos mantemos no topo das nossas prioridades. Aprendemos a estar sozinhas de forma tranquila e descompromissada, tornamo-nos nossa melhor companhia e quase nunca nos sentimos sós. A grande questão é que, muitas vezes, colocamos todo o nosso interesse no mundo exterior e esquecemos de preencher o vazio interno, que nos deixa carentes e suscetíveis a modelos sociais de vida. Buscar alguém só porque temos que estar acompanhadas é tão ruim quanto evitar relacionamentos com base em sofrimentos anteriores.

Muitas de nós colecionam relacionamentos ruins especialmente porque aceitam o primeiro parceiro que aparece. O medo de ficar sozinha fala mais alto, os valores se invertem e tudo começa “errado”. Ok, é difícil falar o que é certo ou errado em termos de relacionamento, já falamos sobre isso aqui mesmo neste blog (https://bit.ly/2KJ5KtE). Mas existe algo que precisa ficar claro: enquanto você não se der o cuidado e o amor que dedica aos outros, invariavelmente sentirá que falta um tempero nas suas relações. E isso acontece porque o amor-próprio que está sendo esquecido!

Sentir-se só é esquecer de si mesma, a ponto de alimentar solidão, independentemente de estar ou não sozinha. Do contrário, quando nos nutrimos e estamos em sintonia com nossas vontades e objetivos, não “precisamos” estar acompanhadas, e, na verdade, nunca estamos desacompanhadas, mesmo sem ninguém ao lado. Estando inteiras, amizades e família têm mais valor, e inclusive um relacionamento é possível, mas sem estar embasado na sensação de escassez e de falta.

O preenchimento de si mesma é algo que precisa ser cultivado e que prescinde de autoconhecimento, autoavaliação e aprendizado sobre como lidamos com as mudanças da vida e como reagimos ao que nos acontece. Sofrer é uma grande escola. Mas o aprendizado não precisa ser sofrido, porque ele pode (e deve) ser realizado com amor. Coloque-se nessa jornada de autocuidado e reflita sobre como e por que você entra nas relações. Assim, você certamente entrará em sintonia com sua melhor versão e se perceberá bem independentemente de estar ao não acompanhada.

sozinha ou só.jpg

Existe antídoto contra a traição?

Ter controle sobre a forma como o outro age e se comporta não é uma opção. Mas viver a nossa verdade, construindo relações igualmente verdadeiras, pode ser o melhor antídoto para o veneno da infidelidade.

Existe antídoto contra a traição? Mais de 90% das mulheres temem ser traídas e podemos dizer que esse é o maior fantasma das relações. O grande dilema é: não podemos controlar o comportamento de nossos parceiros e é justamente da tentativa de controle que nascem tantas decepções. Mas, então, se não podemos controlar o que eles fazem ou deixam de fazer, seremos inevitavelmente traídas? É claro que não! Traição é um veneno, sim, mas que aparece por razões diversas, especialmente por um descompasso entre o casal. E sabe qual o antídoto para essa realidade? A verdade!

Uma coisa é certa: não há espaço para a traição quando o relacionamento anda às mil maravilhas. E se a relação não vai bem, certamente há algo que não está sendo comunicado – por uma das partes ou por ambas – ou seja, há algo oculto. Quanto mais nos conhecemos e conseguimos transparecer nossos valores, desejos e opiniões de forma amorosa, menos turbulências há no relacionamento. Existe uma preciosidade infinita em vivermos a nossa verdade! Mas será que isso realmente impede uma traição?

Obviamente, há casos e casos. Mas quando vivemos em verdade, tudo fica mais claro. Quando nós optamos por “jogar limpo” sob quaisquer circunstâncias e independentemente das atitudes do outro, também fica mais fácil de detectar se ele também está em verdade. E então, na hipótese de uma traição acontecer mesmo assim, ao menos saímos com a certeza de que fizemos a nossa parte. Saímos também menos machucadas, até porque, antes da traição acontecer, já tínhamos uma visão mais realista sobre o andamento da relação. Isso não acontece quando optamos por não transparecer nossos sentimentos, objetivos e anseios claramente.

Se somos verdadeiras, atraímos também pessoas que se impulsionam a ser verdadeiras. Quando comunicamos de maneira clara e impomos limites, quem não se enquadra no perfil de relacionamento que desejamos, rapidamente vai embora. E isso é um presente do universo! Ao sermos verdadeiras, vivemos relações igualmente verdadeiras, nas quais as chances de uma traição diminuem drasticamente.

Então, qual o antídoto contra a traição?

Viva a sua verdade. Empreenda um caminho de autoconhecimento. Reconheça suas virtudes e fraquezas, apaixone-se por você antes de se apaixonar por alguém. Seja verdadeira ao entrar em uma relação. Não aceite menos do que merece, mas não busque modelos impossíveis de pessoas e comportamentos. A realidade pode ser menos cor de rosa do que os contos de fadas, mas nada supera o colorido de uma realidade verdadeira e bem vivida.

antídoto traiçao.jpg

Por que temos tanto medo da traição?

É verdade que cada uma de nós, mulheres, é única.  Mas quando se trata de medos e de relacionamentos, a grande maioria de nós tem um medo em comum: o de ser traída. E de onde será que ele vem?

Para muitas mulheres, o medo da traição é um dos principais fatores de sofrimento nos relacionamentos. Pouco importam suas origens, sua idade, sua profissão, seu tipo de personalidade... o fato é que é raro encontrar uma mulher que não tenha (ou nunca tenha tido) medo de ser traída ou trocada por outra. Mas de onde vem esse medo?

Analisando o histórico e a trajetória da humanidade, podemos constatar que as relações monogâmicas e baseadas na fidelidade são relativamente recentes. A sociedade patriarcal e de educação machista sempre enxergou o “pular a cerca” como algo “natural” e até como uma “necessidade masculina”. Ou seja, esse tipo de comportamento perdurou por anos e anos e, mesmo não fazendo mais parte da realidade atual, infelizmente ainda persiste no imaginário cultural de muita gente. Além disso, também vale lembrar que, hoje, vivemos na era da superinformação e dos modelos superficiais criados para o consumo – seja de beleza, biótipo ou comportamento. Ansiamos por consumir cada dia mais e essa ansiedade se reflete, inclusive, na fragilidade e na superficialidade das relações humanas.

Mas então, o medo da traição, tão comum entre as mulheres é ou não é infundado? Em parte, sim. Porque, apesar de estarmos falando de algo que realmente acontece (e muito), é preciso entender que existe uma relação muito poderosa entre o medo de ser traída ou trocada e a baixa autoestima. Esse medo, na maioria das vezes, surge do sentimento de inadequação ou como fruto de crenças limitantes do tipo “eu não sou boa o bastante”, “ninguém vai me querer como eu sou” e “não consigo segurar uma relação”. Se você se identificou em algumas dessas frases, pare já.

Primeiro, segurar, ou melhor, dar continuidade a um relacionamento não é tarefa somente de um dos lados. Relacionar-se a dois é sinônimo de parceria, de partilha, e prescinde de companheirismo e lealdade. O código dos relacionamentos amorosos estáveis é baseado em fidelidade de ambas as partes. Portanto, não, nós mulheres não devemos nos sentir 100% responsáveis pela manutenção de uma relação, mesmo que nos dias de hoje ainda haja uma ideia social equivocada sobre o papel da mulher nos relacionamentos.

Se o medo de ser traída faz parte de seu repertório emocional, questione-se: de onde ele vem? Você já viveu algo real que o embase? Ainda que seja difícil admitir, perceba se ele está conectado à baixa autoestima, à falta de amor-próprio, à ideia de que sozinha não se pode ser feliz. Suas respostas a esse tipo de reflexão falam muito sobre você.

Acredite, sentir-se insegura em uma relação tem muito mais a ver com seus próprios fantasmas do que com o comportamento de quem vive com você. De um jeito ou de outro, temos que compreender de uma vez por todas que as pessoas são livres e têm o direito de fazer aquilo que bem entendem. De nada adianta tentarmos tolher ou controlar tal liberdade, pois, no final das contas, quem quer ficar, fica; quem quer nos respeitar, respeita; quem ir embora, vai. Então, qual o sentido desse medo? Bora viver no momento presente e ser feliz?!

medo traiçao.jpeg

Impor limites também é amar

Quando falamos sobre filhos, limites é um assunto fundamental. Há quem acredite que amar é conceder, doar, permitir. Mas coloque-se na seguinte posição: você se sentiria amada por alguém que tudo aceita, nunca dá opinião ou parece não se importar se você age, ou não, de maneira correta?

Você, que já é mãe, responda: você acredita que impor limites também é amar? Ou é daquelas que acredita que, para amar seus filhos, é preciso apenas liberar, doar, permitir, entender sempre e deixá-los tomar as decisões? Este é um assunto extremamente importante. Se levarmos o tema para nossa vida amorosa (e já falamos sobre isso aqui – https://bit.ly/2KPKDGX), fica mais fácil de entender: se não impomos limites, corremos o risco de desaparecermos. Ficamos sem voz, sem vez, aceitamos tudo, perdemos a identidade.O outro, por sua vez e mesmo sem perceber, torna-se um tirano que, aos poucos, deixa de perceber nossas necessidades e desejos, já que para nós tudo está sempre bom. Assim, o relacionamento se torna tóxico, e esse certamente pode ser o início do fim da relação.

Voltando à maternidade, podemos afirmar que temos o mesmo panorama: mães permissivas, mesmo que por amor, criam filhos tiranos! As crianças que hoje mandam e desmandam em adultos, certamente amanhã, ao se relacionarem, terão imensa dificuldade de ouvir o que o outro tem a dizer e de entender e respeitar as necessidades e os desejos alheios. A criação sem limites gera adultos que dificilmente se portarão de maneira saudável em suas relações.

Assim como impor limites nas nossas relações pessoais é extremamente saudável para nós, impor limites como mães é também é saudável para nossos filhos. Afinal, educamos muito mais pelo exemplo do que pelas palavras, não é mesmo? E, ao entender que a mãe é uma pessoa que tem suas próprias opiniões e necessidades, e que entende seu lugar no mundo, a criança percebe que também é um ser único que precisa compreender e acolher não apenas sua própria individualidade como a do outro e que precisa respeitar para ser respeitada.

Muito se fala, hoje em dia, em criação com apego – que nada mais é do que criar filhos de forma empática, criando vínculos reais de amor e confiança. Mas muita gente confunde apego com falta de disciplina e de limites. Gerar empatia no outro também é fazê-lo entender e respeitar o fato de que cada um tem seu lugar. Inclusive as crianças. Na verdade, amar impondo limites nada mais é do que fazer com nossos filhos o que gostaríamos que fizessem conosco: respeitar a individualidade e as regras de cada um com gentileza, empatia e amor.  

limites criação filhos.jpg

Existe relacionamento após a maternidade?

Esta é uma pergunta que muita gente se faz: existe relacionamento homem-mulher após a maternidade? Após a chegada do bebê, como fica a vida amorosa?

A questão do relacionamento após a maternidade é muito presente no dia a dia de muitas mulheres. Apesar de a maioria de nós desejarem ser mães e estarem em busca dessa experiência, muitas vivem com esse medo: como será minha vida como mulher depois que eu tiver filhos? Como tudo na vida, ser mãe e ser mulher (e namorada, esposa, companheira) requer uma boa dose de equilíbrio e outra de autoconhecimento profundo. Ah, e a busca constante do que é ou não válido para você, essa é sempre uma questão-chave – já que o que funciona para uma, pode não dar certo para a outra.

Quando o assunto é relacionamentos, há mulheres que se entregam com todas as suas forças, e que se esquecem, inclusive, de si mesmas. No outro extremo, há quem morra de medo de perder a individualidade e que, por isso, prefere até mesmo ficar sozinha – ou,  quando se relaciona, trata o parceiro quase como um inimigo, de quem precisa se defender constantemente para não se perder de si mesma.

Da mesma forma, há mulheres que se esquecem do mundo quando se tornam mães. Que, muitas vezes, projetam na maternidade uma saída para alguma insatisfação, seja consigo mesma, com a vida profissional ou com o relacionamento amoroso. Elas passam a transitar em volta dos filhos como satélites, esquecendo-se das suas próprias necessidades pessoais. Como exemplo oposto, há quem não muda sua vida em nada, que já planeja a gravidez em mínimos detalhes para que a maternidade não “atrapalhe”.

Certamente, nenhum desses comportamentos é o ideal. Negligenciar sua vida pessoal não fará de você uma mãe melhor. Pelo contrário!  Fará de você uma mãe impaciente e ainda mais cansada. E tratar a maternidade como apenas mais um assunto da vida, mesmo que seja em prol de seus relacionamentos, pode trazer prejuízos no longo prazo. Mas, então, qual a saída?

Existe relacionamento após a maternidade?

Como tudo na vida, relacionamento e maternidade só têm uma boa convivência com equilíbrio. Nossos parceiros têm que entender que, como mães, cumprimos um novo papel, mas não deixamos de ser mulher – essa é uma das maiores dificuldades dos novos papais. Essa fase da vida, em que um bebê chega em uma família, exige muita paciência e atenção para que nenhuma das partes seja negligenciada. Sim, o bebê precisa de cuidados e carinhos (praticamente em tempo integral), mas a mamãe e o papai também precisam – talvez mais do que nunca. E quando alguém se sente negligenciado, há um desequilíbrio e o relacionamento se torna pesado e frustrante.

Deixar de ser ver como mulher é um erro, assim como deixar de enxergar o parceiro. Mas negar que existem mudanças que surgem com a maternidade também é. Como você lida ou lidou com esse assunto? De que forma conseguiu equilibrar os papéis de mãe e mulher? Compartilhe sua experiência, isso pode ser riquíssimo para que outras mulheres possam se espelhar e entender seus próprios dilemas.

 

relacionamento maternidade.jpg