Aja como parceira, não como mãe

Claro que estamos falando de relacionamentos. Existe uma facilidade muito grande de confundir papéis e acabar agindo de forma maternal em vez de se mostrar companheira. Como você tem agido ultimamente?

Em um relacionamento amoroso, trocar o comportamento de parceira pelo de mãe é um erro fácil de ser cometido, especialmente para quem já tem uma predisposição à maternidade e ao cuidado. Cuidar do outro é muito prazeroso, mas confundir os papéis pode levar a relação a um caminho sem volta. Quantas vezes dizemos ou escutamos frases como: “ele precisa de ajuda”, “ele gosta que eu o diga o que fazer”, ou mesmo “ele não vive sem mim”. Mas, será mesmo?

O primeiro ponto a ser observado para saber se estamos no papel correto numa relação de casal é compreender o que buscamos nesse relacionamento e o que temos a oferecer – assim como o que nossos parceiros esperam de nós e têm para nos dar. Será que seu parceiro busca alguém que faz por ele o que a mãe faz/fazia? Se esse for o caso, fuja! E você? Se você procura alguém de quem cuidar, olhe-se no espelho e comece por você mesma! Um casal que se une com um desses propósitos ou os dois, não vai muito longe. A não ser que, por algum motivo, ambos estejam contentes com os papéis distorcidos que desempenham.

Pare por alguns instantes e reflita sobre como você tem tratado seu parceiro. Se você se vê em um papel maternal que não reflete seus desejos e que não a traz felicidade, pare já! Não devemos agir como a mãe dos nossos namorados ou maridos. Não precisamos controlar e nem julgar seus comportamentos, e nem precisamos nos entregar de forma despersonalizante para garantir amor e reciprocidade. Quanto a eles, homens adultos e maduros não precisam que suas parceiras digam a eles o que fazer, o que deixar de fazer, como fazer, e assim por diante. O que é realmente necessário numa relação de casal é que ambos se amem e se aceitem como são. E que saibamos equilibrar, de maneira saudável, aquilo que damos e recebemos.

  • Observe se você:
  •  Doa mais do que recebe;
  •   Cuida de tudo (seja em casa, na agenda, etc.);
  •   Está sempre de olho em tudo que acontece e em tudo o que ele faz (ou não faz);
  •   Controla demais a vida de seu parceiro;
  •   Dificilmente faz coisas sem ele;
  •  Nem lembra quando foi que saiu com as amigas pela última vez.

Faz parte também da dinâmica do casal que confunde (ou projeta) os papéis de mãe e filho ter uma vida a dois menos apimentada, digamos. Agir como mãe reflete muito zelo e pouca intensidade. O cuidado e até o carinho, por maior que sejam, inevitavelmente vêm acompanhados de controle e julgamento. Não há uma troca equilibrada e não há reciprocidade – aquele que é cuidado pode até sentir-se em uma posição confortável, porém, inferior.

Observe sua relação e seus hábitos.  Você não se sente feliz? Mude! Exponha seus desejos, seus objetivos, suas vontades e até suas queixas e suas inquietações. No entanto, entenda que não dá para controlar tudo e que relacionamentos perfeitos não existem. Relaxe mais, invista em si mesma, divirta-se. A vida é uma só e há hora para tudo: de ser mãe, para quem deseja, e de ser mulher, amiga e companheira quando se trata de um relacionamento amoroso. Equilíbrio é tudo!

***Vale lembrar que, mesmo que seja menos comum, há casais em que o homem confunde o papel de parceiro com o de pai e a mulher, o de companheira com o de filha. A dinâmica é basicamente a mesma descrita acima e as consequências, tão desastrosas quanto.***

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