Impor limites também é amar

Quando falamos sobre filhos, limites é um assunto fundamental. Há quem acredite que amar é conceder, doar, permitir. Mas coloque-se na seguinte posição: você se sentiria amada por alguém que tudo aceita, nunca dá opinião ou parece não se importar se você age, ou não, de maneira correta?

Você, que já é mãe, responda: você acredita que impor limites também é amar? Ou é daquelas que acredita que, para amar seus filhos, é preciso apenas liberar, doar, permitir, entender sempre e deixá-los tomar as decisões? Este é um assunto extremamente importante. Se levarmos o tema para nossa vida amorosa (e já falamos sobre isso aqui – https://bit.ly/2KPKDGX), fica mais fácil de entender: se não impomos limites, corremos o risco de desaparecermos. Ficamos sem voz, sem vez, aceitamos tudo, perdemos a identidade.O outro, por sua vez e mesmo sem perceber, torna-se um tirano que, aos poucos, deixa de perceber nossas necessidades e desejos, já que para nós tudo está sempre bom. Assim, o relacionamento se torna tóxico, e esse certamente pode ser o início do fim da relação.

Voltando à maternidade, podemos afirmar que temos o mesmo panorama: mães permissivas, mesmo que por amor, criam filhos tiranos! As crianças que hoje mandam e desmandam em adultos, certamente amanhã, ao se relacionarem, terão imensa dificuldade de ouvir o que o outro tem a dizer e de entender e respeitar as necessidades e os desejos alheios. A criação sem limites gera adultos que dificilmente se portarão de maneira saudável em suas relações.

Assim como impor limites nas nossas relações pessoais é extremamente saudável para nós, impor limites como mães é também é saudável para nossos filhos. Afinal, educamos muito mais pelo exemplo do que pelas palavras, não é mesmo? E, ao entender que a mãe é uma pessoa que tem suas próprias opiniões e necessidades, e que entende seu lugar no mundo, a criança percebe que também é um ser único que precisa compreender e acolher não apenas sua própria individualidade como a do outro e que precisa respeitar para ser respeitada.

Muito se fala, hoje em dia, em criação com apego – que nada mais é do que criar filhos de forma empática, criando vínculos reais de amor e confiança. Mas muita gente confunde apego com falta de disciplina e de limites. Gerar empatia no outro também é fazê-lo entender e respeitar o fato de que cada um tem seu lugar. Inclusive as crianças. Na verdade, amar impondo limites nada mais é do que fazer com nossos filhos o que gostaríamos que fizessem conosco: respeitar a individualidade e as regras de cada um com gentileza, empatia e amor.  

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