Faça ao outro o que gostaria que fizessem com você. Será?

Quando nos apaixonamos, corremos um grande risco de esquecer algo muito importante: um casal é formado de duas pessoas com gostos, costumes e histórias de vida totalmente diferentes. Julgar o outro pela nossa própria ótica pode ser um dos maiores erros das relações.

Desde crianças somos ensinadas a fazer aos outros somente aquilo que a gente gostaria que fizessem com a gente, certo? Esta, apesar de ser uma boa base para relacionamentos sociais equilibrados, pode ser uma pegadinha quando se trata de relacionamentos amorosos. E eu explico por quê. Sim, tratar o outro com respeito, verdade, honrando sua individualidade e abraçando suas sombras é a melhor forma de demonstrar como desejamos ser tratadas. No entanto, quando usamos essa máxima com segundas intenções, ou seja, com o interesse de receber algo em troca, corremos o risco de nos frustrar.

Muitas de nós, ao invés de falar abertamente o que querem, escolhem dar “dicas” ou deixar “pistas” sobre como desejam que a relação se desenvolva, aplicando exatamente o princípio do “faça ao outro o que gostaria que fizessem com você”. Ao fazer isso, deixamos de levar em conta algo simples: não somos iguais! Um casal é formado de duas pessoas que têm não apenas gostos e preferências muito particulares, como histórias de vida e costumes totalmente diferentes. E isso faz com que cada uma (re) aja de forma diferente na vida a dois.

Se você presenteia seu parceiro com flores porque deseja que ele também o faça, mas não fala isso diretamente, pode ser que ele não corresponda ao seu desejo. E isso porque: 1) nem sempre a gente “paga na mesma moeda” tudo aquilo que recebe, 2) talvez ele nem goste de receber flores e, como aprendeu a fazer com os outros apenas o que gostaria que fizessem com ele, não retribuirá seu presente da mesma forma ou, 3) quem sabe, o ato de oferecer flores a alguém acione nele algumas lembranças não tão positivas do passado, por exemplo. Dá para entender como isso tudo pode virar uma imensa confusão quando optamos por “dar dicas” ao invés de falar diretamente o que desejamos?

Mas, então, como agir?

Quando agimos com respeito, verdade e amorosidade, damos o exemplo, “ensinamos” pelo nosso jeito de ser. Até aí, perfeito. Mas, quando a gente QUER efetivamente que o outro faça algo, o melhor a fazer é comunicar de forma aberta e direta – assim, somos muito mais assertivas e evitamos mal-entendidos e frustrações. Diga a ele que gosta de receber flores! Porque pode ser que ele ainda não tenha consciência de tudo aquilo que te faz feliz. Diga a ele que quando ele fica quieto demais por muito tempo, sem explicar os motivos, você se sente insegura. Porque pode ser que esses momentos de introspecção sejam especiais para ele e simplesmente não tenham nada a ver com você.

Fazer ao outro o que desejamos que façam com a gente significa, inclusive, respeitar o fato de que ele não vai adivinhar nossos desejos. Além disso, cada um cresceu em um ambiente diferente, com hábitos familiares distintos e, muitas vezes, até opostos. Portanto, nem tudo aquilo que nos parece óbvio é óbvio para os outros. Para que o relacionamento flua sem grandes desentendimentos, é preciso diálogo, confiança mútua e o entendimento de que somos pessoas completas e únicas, mas distintas – unidas pelo objetivo de construir uma vida juntos. Então, seja DIRETA, objetiva e verdadeira ao se comunicar com seu parceiro. Isso é sinal de maturidade. Deixe os joguinhos de sedução e de comunicação no passado!

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Viva relacionamentos reais!

Assim como as pessoas, os relacionamentos amorosos são sempre únicos e incomparáveis, independentemente de como sejam. Então, precisamos sentir o que nos parece adequado para a vida a dois e parar de fazer comparações com outros casais! A verdade é que relacionamento bom é aquele que é real.

Existe jeito certo de se relacionar? Já falamos inúmeras vezes sobre não existir regras ou receitas para se construir e manter um bom relacionamento. No entanto, muitas de nós ainda têm o hábito de comparar seus relacionamentos com todos os outros que veem por aí: sejam de amigas, de parentes e até mesmo de famosos! Primeira observação: não existe uma fórmula, um jeito certo de se relacionar. Segunda observação: quem está de fora nunca tem a verdadeira dimensão do que se passa dentro de um relacionamento, especialmente daqueles que só acompanhamos pelas redes sociais. Então, não se engane. Não existe relação perfeita, nem casal perfeito. Vivemos aquilo que de alguma forma atraímos e de que precisamos para aprender, amadurecer e evoluir.

É verdade que os meios de comunicação social nos bombardeiam o tempo todo com exemplos de relacionamentos perfeitos. Mas quando alimentamos expectativas desproporcionais e acreditamos em modelos irreais de comportamento, a chance de nos decepcionarmos é enorme e os fantasmas emocionais passam a nos rondar mais de perto. Desconfiança, ciúme, insegurança, muitos desses sentimentos poderiam ser banidos da nossa vida se deixássemos de olhar a “grama da casa ao lado”. A tendência é sempre achar que a nossa não é tão verde.

Quando olhamos de fora para os casais com os quais não temos muito contato, tudo parece melhor, mais bonito e até mais romântico. Esse é um olhar superficial, de uma imagem que muitas de nós procuram passar para o meio social: a de  não ter problemas, principalmente conjugais. Estamos ainda engatinhando quando o assunto é viver a nossa verdade. Por outro lado, normalmente conhecemos muito bem os desafios, os perrengues e as crises pelas quais nossa melhor amiga enfrenta com o parceiro, não é verdade? Pois a intimidade entre amigas faz com que sejamos mais reais e mais verdadeiras umas com as outras.

E assim é a vida real, assim são os seres humanos reais e os relacionamentos reais: repletos de dificuldades, momentos de tensão, crises existenciais. Mas não por isso deixam de ser belos. O importante é que sejam reais e verdadeiros. Há casais que moram em casas separadas ou que dormem em quartos separados. Há aqueles que vivem grudados, inclusive no trabalho. Há casais que fazem tudo juntos e os que têm atividades totalmente diferentes. E todos eles podem ser felizes quando entendem que, independentemente do “como”, é a vontade de compartilhar a vida que tem que falar mais alto. Por isso, não se preocupe tanto com modelos de relacionamentos que existem por aí. Viva a sua verdade, individual e a dois. Aposte no sentimento, no romance, nas coisas que unem vocês. O resto é irrelevante.

Por isso é tão importante nos conhecermos, tão fundamental alimentar nossos valores e criar bases sólidas para nossa segurança emocional. Quando perdemos o medo de ser quem somos e o medo de ser julgadas, tudo fica mais leve e se relacionar se torna muito mais fácil. O que faz você feliz? De que jeito você quer viver um relacionamento a dois? Você quer seu relacionamento seja sinônimo de perfeição ou de realidade? As respostas a essas perguntas são fundamentais para você ter a certeza de que vive ou não vive um bom relacionamento. E elas estão dentro de você.

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Tempo livre em períodos diferentes? Aproveite para alimentar sua alma!

Quem está em um relacionamento normalmente quer fazer tudo junto, certo? Mas manter a individualidade pode ser muito favorável para a relação, inclusive na hora do lazer! Então, se você vai tirar férias em uma época diferente do seu parceiro, não sofra, aproveite!

Chegou a época das férias de inverno e tudo que vocês querem é curtir juntos, não é mesmo? Mas, e se não der? Muita calma nessa hora – não precisa desistir de viajar porque o parceiro não pode ir. Essa pode ser, inclusive, uma ótima oportunidade para exercitar sua independência emocional e aproveitar para alimentar sua alma com atividades que falem diretamente ao seu coração. Abrir mão de algo que se quer muito em detrimento da relação não é positivo. Inclusive, isso vale sempre, não apenas na época das férias. Um relacionamento saudável e equilibrado é feito de duas pessoas inteiras que têm seus sonhos, suas paixões e que desejam compartilhar o máximo de momentos, mas sem perder e individualidade. O problema começa quando um não sabe viver sem o outro e acaba se esquecendo de seus próprios sonhos e vontades ou optando por deixá-los de lado.

Muitas vezes, temos desejos ou gostos diferentes dos do nosso parceiro (assim como ele também pode ter) e está tudo bem! Imagine que você ama praia e quer muito conhecer o Caribe, mas que seu companheiro prefere visitar uma estação de esqui. No caso de terem que viajar em épocas diferentes, dá para cada um fazer o que gosta, e ainda aproveitar a companhia de família e amigos, se for o caso. Nada impede que a viagem seguinte seja a dois, mas não dá para deixar de lado algo que se quer e pode fazer porque a sociedade estipula que é preciso fazer junto. Acontece que, muitas vezes, vivemos sob algumas regras criadas com o tempo e que acabaram se tornando verdades absolutas, quando não é bem assim. Cada casal tem a sua verdade, já falamos sobre isso aqui (https://bit.ly/2LqVTwT).

O importante é entender o que funciona para cada um e o que faz os dois felizes. Pessoas felizes, cheias de sonhos e emocionalmente independentes constroem bons relacionamentos, e o contrário também é verdadeiro: pessoas infelizes, sem sonhos e dependentes vivem relações doentes. Portanto, se você quer muito fazer algo que não seja possível para o seu parceiro ou de que ele não goste, não encare a situação como um problema, mas como uma oportunidade. Não sofra, aproveite! Transforme esses momentos em oportunidades de se cuidar, de nutrir a própria alma, de se dar o direito de escolha e de fazer o que você realmente gosta. Certamente você se sentirá renovada. E o relacionamento só tem a ganhar.

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O valor do tempo e da experiência nos relacionamentos

Quem entra num relacionamento achando que consegue prever os acontecimentos, os próprios sentimentos e os do outro, muito provavelmente se depara com surpresas e decepções.  Nas relações, o que mais conta são as experiências que a gente vive.  São elas que nos mostram que atitudes tomar e que caminhos seguir.

Via de regra, entrar em um relacionamento é dar um tiro no escuro. Mas o tempo e a experiência vão, aos poucos, nos mostrando o que vale ou não a pena, já que é impossível prever com precisão o desenrolar de uma história a dois. Até algum um tempo atrás, o pensamento coletivo era de que o “certo” era ter um único grande amor, um relacionamento para a vida toda. Muitos casais permaneciam juntos, mesmo com relações problemáticas, por pura imposição social. Os tempos mudaram, mas o valor da experiência continua sendo uma tônica especial para o aprendizado no amor.

Sem querer dizer o que é “certo” ou “errado”, pois tais conceitos não passam de julgamentos, é importante lembrar que a gente realmente não nasce sabendo se relacionar. Quando crianças, somos naturalmente egoístas e muitas pessoas seguem carregando essa característica na fase adulta. Isso sem contar com os demais elementos da personalidade de cada um: possessividade, ciúme, controle e por aí vai. Relacionamentos são muito valiosos, pois nos ajudam a nos conhecer melhor e a transcender aspectos nossos indesejáveis, que num caminho solitário, acabam ficando ocultos. E para isso, precisamos ter experiências. Algumas trarão felicidade, outras nem tanto. Mas todas, sem dúvida, trazem muitos aprendizados.

É claro que o amor é um elemento essencial no início de um relacionamento. Mas mais importante que o amor, temos que ter uma boa dose coragem. O amor vai sendo construído aos poucos. Entretanto, sem coragem fica muito difícil se abrir, se envolver, conhecer o outro e acolher o novo. E mesmo quando há amor, ou uma paixão avassaladora que ajuda nos primeiros tempos, é a experiência que se tem convivendo que mostra se aquele relacionamento é ou não bom, construtivo e engrandecedor para o casal.

Paixões vêm e vão. O amor fica. Ou, ao menos, deveria ficar. Ele é construído a partir do respeito, da reciprocidade, do equilíbrio, da aceitação das diferenças... E tudo isso leva tempo. Quem entra num relacionamento achando que terá controle sobre tudo já começa do jeito mais doloroso. O segredo para evitar o sofrimento desnecessário é acolher o que vem, mesmo que sejam decepções e frustrações. O medo de se machucar talvez seja o maior vilão que nos impeça de nos relacionarmos, pois nos priva de aprender e crescer.

Nosso lema é: só se aprende a se relacionar se relacionando. Estar com alguém é uma verdadeira escola. Sim, talvez aquela pessoa não seja para você. Mas só o tempo e a experiência dirão. E se não for, tudo bem. Os aprendizados serão para toda a vida. A experiência nos traz sabedoria para escolher caminhos futuros. Portanto, em vez de tentar prever, experimente. Corra o risco de ser feliz, de crescer, de aprender. Deixe o tempo e a experiência se encarregarem. Descubra aos poucos se é amor. Sem cobranças, sem expectativas exageradas e, especialmente, sem afobação.

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A primeira viagem do casal – desafio ou puro prazer?

Aproveitando a chegada do mês de julho – para muitas pessoas, mês das férias – vamos trazer um tema que pode agitar as relações: a primeira viagem de um casal. Desafiadora ou extremamente prazerosa? Qual é a sua opinião?

Toda relação começa cheia de expectativas. Já falamos aqui [https://bit.ly/2HLFjlb], inclusive, sobre o quanto as expectativas em excesso podem ser prejudiciais. E aí, quando surge a primeira oportunidade de viajar, além da ansiedade, a pressão pode ser ainda maior para que tudo saia como esperado e tudo dê certo. Mas, antes de tudo, reflita comigo: o que é dar certo? É quando tudo sai de acordo com o que esperamos? E quais as chances de isso acontecer na prática?

Temos uma grande questão existencial que é a da felicidade constante. Imaginamos que, pelo fato de não sermos felizes o tempo todo, não somos felizes e ponto final. Quando aliamos a necessidade de controle à essa questão, restringimos ainda mais a nossa felicidade. Pois, se para sermos felizes temos que estar no controle dos acontecimentos, das situações e até das pessoas, estamos lascadas, né? A grande verdade é: nada está sob nosso controle e não somos felizes o tempo todo. Assim como nós, seres humanos, somos inconstantes (ora nos sentimos felizes, ora tristes, ora com raiva, etc.), uma relação não é alegre, leve e satisfatória o tempo todo. E isso não significa que ela não seja saudável e construtiva.

A função primordial das relações humanas é a do aprendizado e do crescimento mútuo. Convivendo, aprendemos a ceder, a compreender, a perdoar, a nos posicionar, a lidar como nossas emoções, e uma série de outros comportamentos que fazem de nós, pessoas melhores. Um relacionamento amoroso saudável acontece entre duas pessoas adultas, completas e maduras, e é fundamentado na troca equilibrada e na sexualidade.  Certamente atingir e manter uma troca equilibrada entre o casal nem sempre é fácil. E na situação de uma viagem a dois, principalmente na primeira, a importância da troca pode tomar proporções inesperadas.

Diferentemente da rotina do dia a dia, numa viagem o casal tende a ficar um na companhia exclusiva do outro 24 horas por dia. E é então que as coisas acontecem e fogem do controle. Ambos precisam estar preparados para lidar com as situações e reações inesperadas, e com novos desafios. É fundamental que os dois estejam disponíveis para lidar com o inusitado, tenham uma dose extra de compreensão e estejam prontos, também, para conhecer o lado mais profundo do outro. Fora do aconchego do lar, é possível que ambos se sintam menos acolhidos e mais na defensiva, e é aí que brigas, muitas vezes desnecessárias, podem acontecer.

Qual a solução? Esteja aberta, diminua suas expectativas e encare tudo com o máximo de leveza possível. Afinal de contas, uma viagem é um momento de lazer, e não se pode esperar que a ordem diária seja mantida. Férias são essencialmente uma quebra nessa ordem. Então, aproveite o inusitado! E não se esqueça de levar na mala: descontração, leveza, compreensão, paciência, espírito de parceria e uma boa dose de bom-humor. O que NÃO levar: expectativas altas demais, cobranças, egoísmo e má disposição. De resto, é aproveitar para criar memórias que ficarão para sempre, nas redes sociais e no coração.

E quando a primeira viagem é de lua de mel?

Nos tempos atuais, os casais dificilmente seguem a ordem namoro-casamento-lua de mel. Então, a primeira viagem nem sempre é depois de casados, quase nunca, talvez. Mas, e se for? Viajar como namorados pode ser mais leve, porque não tem o “peso” que o compromisso pode trazer para algumas pessoas. Por outro lado, é o momento de atingir a intimidade mais desejada, realizar um grande sonho, e viver e comemorar um amor, digamos, já professado. Certamente os desafios de qualquer viagem de casal permanecem, portanto, use e abuse da coragem para se mostrar por inteiro e da compreensão e da paciência para acolher o outro tanto durante os momentos mais agradáveis do passeio quanto nos imprevistos.

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Os 7 pecados capitais nos relacionamentos

Existem 7 atitudes extremamente tóxicas para os relacionamentos, que podemos chamar de os 7 pecados capitais das relações. Vamos ver se você concorda comigo?

Quando nos relacionamos, existem certas atitudes que são extremamente tóxicas. Muitas vezes, desejamos ter uma relação saudável, mas inconscientemente agimos de forma oposta. Conhecer como os 7 pecados capitais agem nos relacionamentos pode ajudar a ficar mais desperta e agir de forma mais autônoma e coerente com aquilo que você quer. Veja quais são essas 7 atitudes que precisam ser banidas para que suas relações sejam mais equilibradas e saudáveis:

PREGUIÇA

Muitas vezes, temos preguiça de ouvir o outro, de prestar atenção no que ele deseja, de enxergar as necessidades reais dele. Relacionar-se, envolve amor e atenção, portanto, além de corações, pede ouvidos e olhos sempre bem abertos. Negligenciar o universo de quem nos relacionamos diariamente pode matar, pouco a pouco, a sinergia do casal. Da mesma forma, ter preguiça de propor coisas novas, de renovar o dia a dia, de buscar atividades diferentes e de quebrar a rotina pode ser mortal.

GULA

A gula é a arte de não deixar nada para o outro, querer tudo para si. Esse tipo de artista se acha o centro do universo e do relacionamento, só enxerga o seu lado, só prioriza suas próprias necessidades. Esquece que relacionamento é feito por dois e que o receber é consequência do dar. Outra forma de ser guloso no relacionamento é não querer dividir o parceiro com ninguém – nem com a família, nem com os amigos e nem com o trabalho. Essa situação sufoca o outro, saturando o dia a dia e quebrando a harmonia da relação.

IRA

Quem não sabe perdoar as mancadas do parceiro, não tem paciência com o tempo do outro e se irrita facilmente com o comportamento alheio, certamente está longe do amor. Quem ama se mostra aberto para o outro, compreende e acolhe as imperfeições, sente alegria na troca – e não se coloca sempre pronto a atacar. Quem age dessa forma precisa rever seus sentimentos. A Ira também se mostra nas pequenas vinganças, em quem encontra na atitude do parceiro uma justificativa para “devolver na mesma moeda”.

LUXURIA

Sexo é uma parte importante e saudável de um relacionamento amoroso, mas certamente não é tudo. Quem fica com alguém somente pelo sexo ou usa o sexo para ter poder sobre o outro peca. Peca por negligenciar uma parte da relação tão importante quanto o sexo: a conexão emocional. Da mesma forma, peca quem busca sexo fora do relacionamento, caso a fidelidade seja o código de conduta acordado pelos dois.

SOBERBA

Achar-se a dona (ou o dono) da verdade ou superior não ajuda ninguém nos relacionamentos. Pelo contrário, afasta as pessoas, que não conseguem encontrar lugar para suas próprias ideias e opiniões. Numa relação, quando uma das partes acredita que está sempre com a razão e que tudo tem que ser do jeito dela, a consequência pode ser bem desastrosa. Diminuir ou culpar o outro para ficar bem na fita também é um pecado dos grandes. Relacionamento é parceria entre dois iguais. Se um se acha melhor, tem algo errado.

INVEJA

É redundante dizer o quanto a inveja pode ser nociva em uma relação, já que vai totalmente contra o conceito de companheirismo. Amar é comemorar a vitória do outro e apoiá-lo nos momentos de derrota. Não é sobre quem se sai melhor, não é competição e, muito menos, sobre cobiçar aquilo que o parceiro conquistou de bom. Quando invejamos o sucesso ou a felicidade do outro, iniciamos um processo autodestrutivo que pode acabar rapidamente com o relacionamento.

AVAREZA

Ser avarento é ser mesquinho, é negar se doar. Quem é assim, escolhe guardar tudo para si ou dentro de si e, então, nega carinho, amor, elogios, tempo livre. Esse tipo de pessoa, fica muito atenta ao que recebe, mas não conseguir dar. E aí, vale relembrar: relacionamento é troca, parceria, equilíbrio – o que se torna extremamente difícil quando um segura os sentimentos e se nega a doar amor.

E aí, se identificou com algum dos sete pecados capitais nos relacionamentos? Não se culpe! A boa notícia é que relacionamento saudável é sempre questão de autoconhecimento. Quando nos permitimos, sem julgamentos autodestrutivos, questionar nossos padrões de comportamento, tornamo-nos capazes de buscar atitudes mais equilibradas e condizentes com o verdadeiro amor – que tem em vista a felicidade e as necessidades de ambas as partes.

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Amor incondicional existe?

Quando se fala sobre amor incondicional, o que vem à sua mente? Amor de amigos, de filhos, de casal? Pois eu digo com todas as letras: não existe amor incondicional nos relacionamentos amorosos. Saiba por quê.

Pelo dicionário, incondicional é um adjetivo que significa “que não depende de, não está sujeito a qualquer tipo de condição, restrição ou limitação; incondicionado”. Na linguagem dos relacionamentos, amor incondicional é aquele que não cobra nada em troca. Será que esse tipo de amor existe mesmo? Se relacionamento é troca e amor incondicional pode ser uma via de mão única, o amor incondicional não pode ser uma característica dos relacionamentos amorosos. Percebe?

Uma das principais características dos relacionamentos saudáveis é o equilíbrio entre dar e receber. O equilíbrio media as relações e cria laços profundos e duradouros. Quando uma das partes doa mais, cuida mais, cede mais, tolera mais, o desequilíbrio aparece. E aí, quem deu demais se sente no direito de cobrar a conta do outro e quem recebeu demais se sente em dívida. Nem precisamos falar sobre o estresse e a dificuldade de permanecer numa relação assim.

Mas, provavelmente, você esteja se questionando sobre o amor entre mães e filhos. Como a maioria das pessoas, talvez você acredite que o amor incondicional seja possível nesse caso, certo? Entretanto, se pararmos para pensar, até mesmo nesse tipo de relação há condições. E a primeira delas é: amamos nossos filhos “incondicionalmente” justamente porque são nossos filhos. Essa é uma condição! Ou será que amamos os filhos do vizinho exatamente da mesma forma que amamos os nossos? Ok, mas você ainda deve estar pensando que amamos nossos filhos independentemente do que nos dão em troca. E eu te pergunto: e durante aqueles segundos ou minutos em que estamos bravas com eles por não nos darem obediência em troca de todo o nosso amor, carinho e atenção? Ou por serem diferentes daquilo que imaginávamos?

Amor incondicional é algo que prescinde de um desprendimento profundo. Ainda estamos a anos luz de conseguir entender como amar incondicionalmente e sem querer nada em troca, mesmo nos relacionamentos com nossos filhos. Somos conduzidas pelas nossas próprias necessidades, nossos próprios desejos e, por isso, nossos relacionamentos também têm ciúmes, possessividade, controle – características totalmente opostas ao amor incondicional. Com nossos parceiros, construímos relações baseadas na condicionalidade do afeto e do reconhecimento do amor. E é assim que deve ser.

É importante refletirmos sobre esse assunto por duas razões: para avaliarmos o quanto de nós estamos doando ao outro e para entender que tipo de troca buscamos para a nossa vida. Observe suas relações: elas são satisfatórias? Você está feliz com o que está doando e recebendo? Não busque o amor incondicional. Busque um amor equilibrado e maduro.

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Parceria de amor e trabalho com a mesma pessoa – dá certo?

Amo com quem trabalho, trabalho com meu amor. E agora? O dilema de não saber separar trabalho e relacionamento ronda a vida de muitas mulheres. Vamos falar um pouco sobre o tema?

Amor e trabalho, como separar? Muitas mulheres vivem esse dilema: ou namoram/casam-se com alguém do ambiente de trabalho ou passam a trabalhar com seus parceiros amorosos em projetos em comum. E aí surgem várias dúvidas, principalmente sobre como não atrapalhar o dia a dia corporativo com os assuntos do relacionamento, e nem acabar levando trabalho para casa e matar a rotina romântica. É possível conviver com essa situação? Eu diria que sim, e há diversos casais que podem comprovar esse fato. Acredito que a chave é saber exercitar o bom senso para evitar pequenos deslizes que podem se transformar em grandes problemas.

Parte 1 – namorar/casar-se com o colega de trabalho ou chefe

Quando nos apaixonamos por alguém com quem já trabalhamos, o grande dilema fica por conta de não conseguir separar os sentimentos. Imagine que você namora seu chefe e ele (em sua posição profissional) tenha que te fazer uma crítica ou até te dar uma bronca. Se não há maturidade no relacionamento, a situação certamente vai virar uma DR em casa, muitas vezes sem necessidade. A grande dica é entender que temos diferentes papéis em cada situação da vida. Claro, não devemos fingir que não sentimos os desdobramentos de uma relação ruim a dois no ambiente de trabalho. Se um não está bem, certamente o outro vai estar comprometido, nem que seja de leve. Mas é preciso segurar a onda na hora de ser reativa, por exemplo, para não ser levada por um impulso e colocar os resultados do trabalho a perder. Não é simples, mas dá para exercitar.

Parte 2 – quando decidimos trabalhar com o parceiro

Os dois se dão super bem e decidiram empreender juntos? Ok, é hora de respirar e colocar alguns pontos nos “is” antes de arregaçar as mangas. Primeiro ponto: estabelecer tarefas e limites previamente é uma ótima estratégia para que ninguém se sobrecarregue e evita muita dor de cabeça depois. Segundo ponto: o combinado precisa ser: saímos do escritório (nem que ele seja virtual), voltamos a ser somente companheira e companheiro. Tem que ter a hora certa de voltar a falar de negócios e principalmente para fazer aquelas reuniões mais tensas. Um casal que sabe separar esses dois momentos, o de casa e o do trabalho, tem mais chances de ser bem-sucedido nas duas áreas da vida.

O que fazer?

Para que uma parceria profissional entre um casal renda bons frutos, é essencial que ambos tenham plena consciência da posição e do papel que desempenham no cenário do ambiente de trabalho. A intimidade entre o casal certamente pode ser um bônus, mas se transforma em ônus quando um se acha no direito de invadir o espaço do outro e trazer palpites ou críticas desnecessárias. Também é importante ressaltar que a competitividade atrapalha o conceito de parceria em si – tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.

Algumas dicas:

1. tenham papéis e funções profissionais bem definidos;

2. sejam claros e objetivos em suas colocações;

3. evitem palpites e críticas desnecessárias;

4. nunca levem uma discussão ou desentendimento profissional para casa, ou pessoal para o ambiente de trabalho;

5. priorizem a verdade e o conceito de parceria.

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Quem é responsável pela sua felicidade?

Imagine que você escolha uma pessoa para ser responsável por todo o seu ouro, aquilo que você tem de mais precioso. Enquanto ela cuida, administra e decide onde investir e no que gastar, você só observa, não age. Pois troque “ouro” por “felicidade” e você entenderá a importância de ser protagonista da sua própria história.

Esperar que os outros nos façam felizes é viver num mar de decepções e frustrações. Se a necessidade de ser feliz é nossa, que sentido faz esperar que seja atendida por outra pessoa? A boa notícia é: a responsabilidade está em nossas mãos e as escolhas são nossas. A frustração de colocar a nossa felicidade nas mãos do outro é diretamente proporcional à necessidade de sermos protagonistas da nossa própria história, você sabia disso? Quando tomamos as rédeas da nossa vida, as chances de sermos felizes são muito maiores.

Viver esperando que alguém supra todas as nossas necessidades é terceirizar a administração do nosso ouro. Se pararmos para pensar, perceberemos que é praticamente impossível que alguém nos dê exatamente tudo o que desejamos e de que precisamos, certo? E aí, ficamos com a sensação de falta, de escassez: nunca temos o bastante (já falamos um pouco sobre isso aqui – https://bit.ly/2HLFjlb). Para virar a chave e começar a viver uma vida mais plena, é preciso entender que nossa felicidade, na verdade, depende apenas de nós mesmas!

É importante entendermos também que mesmo na hipótese de termos todas as nossas expectativas e necessidades atendidas, o modo como nos colocamos para receber o que vem de um relacionamento, de uma profissão e da vida pode fazer toda a diferença. Quando nosso estado emocional não está dos melhores, tendemos a não valorizar e reconhecer o que recebemos, entende? E então, mesmo que o outro aja exatamente como gostaríamos, ainda corremos o risco de não sermos felizes.

Nosso estado emocional dita muito sobre a forma como recebemos o que nos acontece. Então, mesmo quando acreditamos que cabe ao outro fazer algo que desejamos, não é de responsabilidade dele o modo como nos sentimos com relação ao que ele faz. E é aí que entra o nosso protagonismo: ao tomarmos as rédeas da nossa própria felicidade, determinamos como receber tudo que nos acontece, independentemente de onde ou de quem venha. E, se for preciso trabalhar algo em nós para que possamos receber de forma mais tranquila e grata, cabe a nós realizar esse burilamento da alma.

O que não podemos é ficar esperando pelo outro. Responsabilizar alguém por nosso próprio ouro, mesmo que seja quem amamos, pode ser muito perigoso. É a NOSSA vida, a NOSSA felicidade que está em jogo. E ser feliz sempre depende mais da gente, de como agimos, de como sentimos a vida e de como reagimos ao que nos acontece do que de fatos e pessoas propriamente ditos. Concorda?

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Por que criar expectativas é tão prejudicial?

Criar expectativas demais é viver na escassez, pois nunca há o bastante para se sentir satisfeita. Já pensou nisso?

Quem gera expectativas demais vive imersa no paradigma da escassez: nada é bom o suficiente e parece que sempre falta algo. É mais ou menos o tal do “quando atingirmos a meta, dobraremos a meta”, sabe? Parece piada, mas é a pura realidade: quem vive de expectativas nunca tem o bastante para se sentir satisfeita. E, pior, acaba perdendo o senso de receptividade – ou seja, deixa de enxergar e dar valor àquilo que recebe.

Então, isso quer dizer que devemos eliminar as expectativas da nossa vida?  Não! Nossas expectativas, nossos sonhos e nossos objetivos nos impulsionam. Mas, como em tudo, é preciso equilíbrio para não desejar demais e ficar sempre aquém daquilo que é possível receber. Criar expectativas fantasiosas quanto a um parceiro amoroso, por exemplo, é algo péssimo para a relação. Imagine-se no lugar oposto, tendo que preencher as expectativas infinitas que o outro tem de você. Não lhe parece angustiante?

O amor só consegue crescer quando ambos se sentem livres para ser e transparecer o que realmente são. Quando tentamos preencher as expectativas do outro, corremos um alto risco de perder nossa própria identidade e, quando nos damos conta, não é apenas uma, mas duas pessoas insatisfeitas: uma porque não tem o que quer e a outra porque não age de forma espontânea. E é assim que possibilidades incríveis de se conhecer profundamente e de conviver de maneira saudável acabam sendo perdidas, em um mar de expectativas.

Criar expectativas demais é, na verdade, ir contra o senso de abundância. Enxergar o outro como é nos permite compreender a riqueza e a beleza daquilo que ele nos entrega. Muitas vezes, não recebemos o que esperávamos, as situações não acontecem da forma como havíamos planejado, mas não por isso ficamos necessariamente na falta. As expectativas nos limitam e nos privam de enxergar que o que vem até nós pode ser até melhor do que aquilo que imaginávamos.  Quando aceitamos a realidade, abrimo-nos para o novo e somos capazes de agradecer pelo que é, sem desejar infinitamente o que poderia ser. Dá para entender a diferença?

Queira mais, deseje mais, sonhe mais, mas cuide para que seus sonhos não se tornem expectativas irreais e que sejam um peso em seus relacionamentos, sejam eles amorosos, familiares, corporativos ou de amizade. Querer sempre mais do outro pode ser sufocante não apenas para ele, mas também para você. Aceitar a realidade e diminuir as expectativas pode acabar com as sensações de ansiedade e de insatisfação. Topa tentar?

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