Quem entra num relacionamento achando que consegue prever os acontecimentos, os próprios sentimentos e os do outro, muito provavelmente se depara com surpresas e decepções. Nas relações, o que mais conta são as experiências que a gente vive. São elas que nos mostram que atitudes tomar e que caminhos seguir.
Via de regra, entrar em um relacionamento é dar um tiro no escuro. Mas o tempo e a experiência vão, aos poucos, nos mostrando o que vale ou não a pena, já que é impossível prever com precisão o desenrolar de uma história a dois. Até algum um tempo atrás, o pensamento coletivo era de que o “certo” era ter um único grande amor, um relacionamento para a vida toda. Muitos casais permaneciam juntos, mesmo com relações problemáticas, por pura imposição social. Os tempos mudaram, mas o valor da experiência continua sendo uma tônica especial para o aprendizado no amor.
Sem querer dizer o que é “certo” ou “errado”, pois tais conceitos não passam de julgamentos, é importante lembrar que a gente realmente não nasce sabendo se relacionar. Quando crianças, somos naturalmente egoístas e muitas pessoas seguem carregando essa característica na fase adulta. Isso sem contar com os demais elementos da personalidade de cada um: possessividade, ciúme, controle e por aí vai. Relacionamentos são muito valiosos, pois nos ajudam a nos conhecer melhor e a transcender aspectos nossos indesejáveis, que num caminho solitário, acabam ficando ocultos. E para isso, precisamos ter experiências. Algumas trarão felicidade, outras nem tanto. Mas todas, sem dúvida, trazem muitos aprendizados.
É claro que o amor é um elemento essencial no início de um relacionamento. Mas mais importante que o amor, temos que ter uma boa dose coragem. O amor vai sendo construído aos poucos. Entretanto, sem coragem fica muito difícil se abrir, se envolver, conhecer o outro e acolher o novo. E mesmo quando há amor, ou uma paixão avassaladora que ajuda nos primeiros tempos, é a experiência que se tem convivendo que mostra se aquele relacionamento é ou não bom, construtivo e engrandecedor para o casal.
Paixões vêm e vão. O amor fica. Ou, ao menos, deveria ficar. Ele é construído a partir do respeito, da reciprocidade, do equilíbrio, da aceitação das diferenças... E tudo isso leva tempo. Quem entra num relacionamento achando que terá controle sobre tudo já começa do jeito mais doloroso. O segredo para evitar o sofrimento desnecessário é acolher o que vem, mesmo que sejam decepções e frustrações. O medo de se machucar talvez seja o maior vilão que nos impeça de nos relacionarmos, pois nos priva de aprender e crescer.
Nosso lema é: só se aprende a se relacionar se relacionando. Estar com alguém é uma verdadeira escola. Sim, talvez aquela pessoa não seja para você. Mas só o tempo e a experiência dirão. E se não for, tudo bem. Os aprendizados serão para toda a vida. A experiência nos traz sabedoria para escolher caminhos futuros. Portanto, em vez de tentar prever, experimente. Corra o risco de ser feliz, de crescer, de aprender. Deixe o tempo e a experiência se encarregarem. Descubra aos poucos se é amor. Sem cobranças, sem expectativas exageradas e, especialmente, sem afobação.