Aproveitando a chegada do mês de julho – para muitas pessoas, mês das férias – vamos trazer um tema que pode agitar as relações: a primeira viagem de um casal. Desafiadora ou extremamente prazerosa? Qual é a sua opinião?
Toda relação começa cheia de expectativas. Já falamos aqui [https://bit.ly/2HLFjlb], inclusive, sobre o quanto as expectativas em excesso podem ser prejudiciais. E aí, quando surge a primeira oportunidade de viajar, além da ansiedade, a pressão pode ser ainda maior para que tudo saia como esperado e tudo dê certo. Mas, antes de tudo, reflita comigo: o que é dar certo? É quando tudo sai de acordo com o que esperamos? E quais as chances de isso acontecer na prática?
Temos uma grande questão existencial que é a da felicidade constante. Imaginamos que, pelo fato de não sermos felizes o tempo todo, não somos felizes e ponto final. Quando aliamos a necessidade de controle à essa questão, restringimos ainda mais a nossa felicidade. Pois, se para sermos felizes temos que estar no controle dos acontecimentos, das situações e até das pessoas, estamos lascadas, né? A grande verdade é: nada está sob nosso controle e não somos felizes o tempo todo. Assim como nós, seres humanos, somos inconstantes (ora nos sentimos felizes, ora tristes, ora com raiva, etc.), uma relação não é alegre, leve e satisfatória o tempo todo. E isso não significa que ela não seja saudável e construtiva.
A função primordial das relações humanas é a do aprendizado e do crescimento mútuo. Convivendo, aprendemos a ceder, a compreender, a perdoar, a nos posicionar, a lidar como nossas emoções, e uma série de outros comportamentos que fazem de nós, pessoas melhores. Um relacionamento amoroso saudável acontece entre duas pessoas adultas, completas e maduras, e é fundamentado na troca equilibrada e na sexualidade. Certamente atingir e manter uma troca equilibrada entre o casal nem sempre é fácil. E na situação de uma viagem a dois, principalmente na primeira, a importância da troca pode tomar proporções inesperadas.
Diferentemente da rotina do dia a dia, numa viagem o casal tende a ficar um na companhia exclusiva do outro 24 horas por dia. E é então que as coisas acontecem e fogem do controle. Ambos precisam estar preparados para lidar com as situações e reações inesperadas, e com novos desafios. É fundamental que os dois estejam disponíveis para lidar com o inusitado, tenham uma dose extra de compreensão e estejam prontos, também, para conhecer o lado mais profundo do outro. Fora do aconchego do lar, é possível que ambos se sintam menos acolhidos e mais na defensiva, e é aí que brigas, muitas vezes desnecessárias, podem acontecer.
Qual a solução? Esteja aberta, diminua suas expectativas e encare tudo com o máximo de leveza possível. Afinal de contas, uma viagem é um momento de lazer, e não se pode esperar que a ordem diária seja mantida. Férias são essencialmente uma quebra nessa ordem. Então, aproveite o inusitado! E não se esqueça de levar na mala: descontração, leveza, compreensão, paciência, espírito de parceria e uma boa dose de bom-humor. O que NÃO levar: expectativas altas demais, cobranças, egoísmo e má disposição. De resto, é aproveitar para criar memórias que ficarão para sempre, nas redes sociais e no coração.
E quando a primeira viagem é de lua de mel?
Nos tempos atuais, os casais dificilmente seguem a ordem namoro-casamento-lua de mel. Então, a primeira viagem nem sempre é depois de casados, quase nunca, talvez. Mas, e se for? Viajar como namorados pode ser mais leve, porque não tem o “peso” que o compromisso pode trazer para algumas pessoas. Por outro lado, é o momento de atingir a intimidade mais desejada, realizar um grande sonho, e viver e comemorar um amor, digamos, já professado. Certamente os desafios de qualquer viagem de casal permanecem, portanto, use e abuse da coragem para se mostrar por inteiro e da compreensão e da paciência para acolher o outro tanto durante os momentos mais agradáveis do passeio quanto nos imprevistos.