Você quer se casar? Por qual motivo? Tem medo de ficar sozinha ou quer realmente enfrentar o desafio e as delícias de construir uma vida ao lado de alguém? Em pleno mês das noivas, convido você a fazer uma reflexão.
O que você pensa sobre o casamento? Até que ponto esse assunto é importante na sua vida e é (ou já foi) uma questão a ser trabalhada com carinho para que não se torne, por exemplo, o foco exclusivo da sua busca pessoal? Hoje, associamos o casamento à paixão que vira amor, ao sentimento que une duas pessoas para constituir uma família, à união de objetivos em comuns. Mas nem sempre foi assim.
Num passado não tão distante, o casamento era uma união entre duas pessoas, arranjada pelos pais e era um meio de perpetuar (ou aumentar) a riqueza das famílias. Esta era a finalidade do casamento: unir famílias – para que passassem a ser uma só, assim como suas posses. Nada de romantismo, nem pedidos apaixonados, muitas vezes, era um martírio no qual os noivos eram obrigados a conviver de um dia para o outro sem nunca terem se visto antes. Isso acontece ainda hoje em alguns países do mundo. Já vimos filmes e romances sobre isso, certo?
Apesar da natureza do casamento ter sido modificada com o tempo e vivermos hoje tempos em que o divórcio (que só foi permitido no Brasil há 40 anos) e a união estável são aceitos e praticados, ainda trazemos algumas crenças muito fortes da época em que casar era uma obrigação. Escutamos, desde muito novas, aquela famosa frase: “já pode casar”. Quem nunca? Imaginem, uma mulher solteira, antigamente não era permitida nem existir! Mal vistas, as solteiras eram praticamente deixadas à parte da sociedade. Mulheres de bem se casavam, e cedo.
Hoje, temos o poder da escolha. Mas é verdade que ainda existe, digamos, uma certa pressão das famílias e da sociedade para que nós, mulheres, nos casemos. Afinal, quem quer ter uma filha, uma irmã ou uma sobrinha que “ficou para titia”? O que temos que realmente nos conscientizar como mulheres e como sociedade é que casar pode ser maravilhoso, mas estar só também! O importante é escolher pela própria vontade, pelo propósito pessoal, e não por pressão ou pela imposição social.
Há mulheres que se casam muito cedo e sofrem em relações sem amor. Outras, que ficam sozinhas por medo do abandono, ou medo de repetir padrões de casamentos ruins, por exemplo, e se sentem solitárias com o tempo, porque escolhem estar só pelos motivos errados. Tanto a escolha do casamento quanto a de estar só implicam alegrias e desafios – cada uma a sua maneira.
Casar-se ou estar só, na verdade, não é a questão. A questão é fazer aquilo que fala mais alto ao coração. Se o casamento está na sua lista de prioridades, pergunte-se apenas se é pelos motivos certos. Se for, então, certamente, você já está pronta para se casar!