Padrões de relacionamento – por que é tão importante reconhecê-los?

O primeiro passo para mudar e curar nossos relacionamentos é reconhecer padrões. Só assim, conseguimos construir relações mais saudáveis e condizentes com nossas intenções e desejos.

Reconhecer padrões destrutivos de relacionamento é um desafio. Na maioria das vezes, acontece como resultado de muito trabalho, autoconhecimento, terapia, busca interior. Mas, se estamos mesmo dispostas a enxergá-los, eles podem vir num insight. Conheço pessoas que tiveram um ou dois encontros e, ao final, eureca! Perceberam que a história se repetia, que mais uma vez tinham atraído um relacionamento que nem de longe era o que desejavam, mas que mesmo assim, estavam agindo, aceitando e se comportado da mesma forma que em situações passadas.

E qual o motivo disso? Por que desenvolvemos e repetimos padrões destrutivos? Resumidamente, tais padrões surgem na nossa mais tenra infância, quando por algum motivo (mesmo que irreal) acreditávamos que não recebíamos de nossos pais o amor e a atenção que desejávamos. Na vida adulta, seguimos inconscientemente repetindo esses padrões nos nossos relacionamentos com a ilusão de que possamos “consertar” a situação passada, ou seja, com a falsa esperança de que as coisas possam ser modificadas. Não é preciso dizer que isso só gera frustração, certo?

E qual será a razão para seguirmos comportamentos que não estão alinhados com nossas próprias expectativas? A primeira delas é que vivemos no piloto automático. Vamos indo com a maré, como se diz – aceitando ideias e modos de agir herdados da família e da sociedade. A segunda é que, provavelmente, tais comportamentos se encaixem na nossa zona de conforto. E então, inconscientemente multiplicamos relações e situações ruins.

A terceira é que demoramos a identificar padrões destrutivos. Na maioria das vezes, começamos apontando o dedo para o outro – “foi ele que não retribuiu, ele que não se doou, ele que não entendeu o que eu queria, blá blá blá”. Depois, nos culpamos – “eu não atraio as pessoas certas, eu tenho o “dedo podre”, eu não sei me relacionar”. Mas culpa é o pior caminho.

Livrando-se da culpa

Quando nos culpamos, além de sofrermos, deixamos de compreender. Nos ressentimos com o outro, conosco ou com as situações e, assim, em meio ao sofrimento, deixamos de encarar e aceitar amorosamente as situações como realmente são.  O olhar neutro e distanciado (como se fôssemos apenas observadoras) nos permite o entendimento e só então, a mudança.

Quando aceitamos que existe um padrão destrutivo e nos dispomos a enxergá-lo, abrimos caminho para novas estratégias de vida. Sim, estratégias. Porque imagine como é difícil mudar um padrão perpetuado por décadas, por inúmeros relacionamentos ruins, e até mesmo desde que nascemos, em nossos relacionamentos familiares.

O começo precisa de regras, de foco e de muita auto-observação para detectar se estamos nos enquadrando novamente no padrão. E então, vamos aprendendo, aos poucos, a sair dele. Só o reconhecimento das nossas próprias inabilidades faz com que busquemos o aprendizado. Sem culpa, sem raiva, sem ressentimentos, abrimos o coração para o novo. E ele sempre vem.

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