Os novos tempos do romance cibernético

Em tempos de redes sociais, aplicativos de relacionamentos, crushes e likes, fica cada vez mais complicado entender os comportamentos do romance cibernético. 

Quem aí nunca usou app de namoro? Hoje em dia, muitas de nós acabam partindo para esse tipo de ferramenta na hora de conhecer alguém. A vida anda corrida, é cada vez mais difícil conhecer pessoas na forma, digamos, tradicional, e é aí que os apps entram, dando uma ajudinha na hora de encontrar o parceiro ideal. Mas acontece que essa aventura nem sempre é tão simples quanto pode parecer. Porque os novos tempos do romance virtual também trouxeram novos comportamentos, muitas vezes difíceis de entender.

Sabe aquele cara que você conheceu e estava saindo, numa boa, e que, de repente, sumiu, do nada? Ou então aquele com quem que deu match, que vive curtindo suas fotos, acompanhando seus posts, mas nunca te chamou para sair? Ou aquele que é gente boa pra caramba, vocês têm tudo a ver, mas aí você descobre que ele tem namorada... É claro que quando se trata de relacionamentos, qualquer pessoa pode sumir da nossa vida quando menos esperamos, pode se interessar por outra, pode se revelar comprometida, pode aparecer só de tempos em tempos. Mas esses comportamentos acabaram se tornando mais comuns e até aceitos, de certa forma, com o surgimento e a proliferação dos romances nascidos na internet.

Se você conhece alguém por intermédio de um conhecido, por exemplo, é mais difícil que essa pessoa simplesmente desapareça sem dar satisfações. O mundo virtual nos dá a falsa impressão (que talvez não seja tão falsa assim, de todo modo) de que o envolvimento é mais superficial e que, portanto, ninguém vai sair assim tão machucado. Pior, dá respaldo para que a pessoa pense e haja como ela quer, sem se importar, necessariamente, com o que o outro está sentindo.

O mais importante é sempre ter consciência do tipo de relação em que você está entrando. Dar o tempo certo para conhecer o outro e entender a dinâmica da relação (conforme já falamos aqui: https://bit.ly/2pTpWAJ) é essencial. Além disso, mostrar-se transparente desde o início e evitar joguinhos emocionais a qualquer custo deveriam ser regras básicas dos romances modernos. Deixar de ser superficial é uma decisão dos dois, sempre. Mas podemos dar o primeiro passo. Afinal, caso o outro não queria ou demonstre desinteresse, só estará encurtando o caminho que já está traçado desde o começo.

 

Dicionário dos relacionamentos modernos

Casos como os que descrevemos aqui são tão frequentes na atualidade que já existem termos para cada comportamento – que traduzem de uma forma que seria até engraçada, se não fosse triste – como agem os pretendentes desse universo da paquera virtual:

Ghosting – Vocês se conhecem, saem juntos, às vezes até mais de uma vez, o cara age como se estivesse gostando de você e, do nada, some. Vira um fantasma. Sem explicações, sem amizade, sem nada. A justificativa é que é melhor sumir do que magoar a pessoa. Oi? Ninguém merece, né?

Orbiting – O cara não sai com você de novo, mas segue curtindo suas fotos, visualizando seus posts, mandando um “oi, sumida!” lá de vez em quando, com conversas que não evoluem. Manda esse cara para fora do seu sistema solar e vai ser feliz!

Phubbing – O “Phubber” é aquele cara que sai com você, mas fica o tempo todo no celular. Não está namorando você e talvez nem queira ou vá namorar ninguém. Na dúvida, use a seguinte fórmula para decidir se aposta ou não em algo com ele: está prestando atenção em você? Se não, já era.

Breadcrumbing – Sabe aquele cara que te joga migalhas de vez em quando para garantir atenção só na hora que é conveniente para ele? Caia fora. Essa coisa de ficar ciscando aqui e ali, não engatar um relacionamento, mas também não abrir espaço para o novo é mais velho do que andar para a frente. Quem vive de migalha é passarinho, e até eles voam. Voe para longe de pessoas que têm esse tipo de atitude.

Cushioning – É quando a pessoa já tem um relacionamento, que não vai bem, mas não quer desapegar ou ficar sozinha. Então, começa a paquerar nos aplicativos para ver se consegue alguém para melhor para substituir, sabe? Ninguém merece quem é indeciso e nem quem engana outra pessoa, certo? Fique de olhos e coração bem abertos. De enrolada, já basta a vida!

[Fonte: Revista Cidade Jardim]

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Você já se envolveu com alguém comprometido?

Talvez esse seja o maior tabu dos relacionamentos: se envolver com pessoas já comprometidas. Se isso já aconteceu com você, por qualquer que seja a razão, talvez seja o momento de rever o modo como você se cuida e que papel as relações têm na sua vida.

 

Você já foi a “outra”? Assunto tenso, não é mesmo? Acredito que a maioria das pessoas concordam comigo. No entanto, o fato é que essa situação existe. Sim, muitas mulheres se envolvem em relacionamentos em que o outro já é comprometido com outra pessoa – e, claro, são muito julgadas. Inclusive, se julgam. Mas, sejamos francas... antes de tudo, o que ser a outra diz sobre alguém? Se você está vivendo essa situação atualmente, como você se sente nesse papel? Estar confortável com nossas próprias escolhas é fundamental para ser feliz. Caso contrário, sempre nos encontraremos em papéis que não consideramos ideais e que não condizem com nossos reais desejos e anseios.

É importante falar que ser a outra tem muitas faces. Embora muitas mulheres tenham medo dos julgamentos alheios, há quem veja prazer na aventura e no “perigo” de estar nessa posição. Há aquelas quem prefiram não ter amarras e, portanto, ter um parceiro já comprometido pode vir de encontro a esse objetivo. O fato é que, para a maioria das mulheres com quem converso, ser a outra é o mesmo que entrar numa “fria”. Além de acreditar ser uma enrascada, muitas delas dizem, inclusive, que jamais se imaginariam sendo pivôs de uma relação extraconjugal. Mas então, por que isso acontece? Antes de julgar, é preciso analisar os motivos que levam alguém a se envolver num relacionamento assim. Alguns deles são:

1.      Baixa autoestima

Achar que não somos boas o suficiente e que, portanto, precisamos aceitar migalhas de sentimento e de atenção é muito mais comum do que imaginamos. Existem mulheres que passam uma vida inteira sendo a outra simplesmente porque não acreditam que podem ter relações inteiras. Se você se identifica, trabalhar questões de merecimento e aprender a se valorizar são tarefas urgentes para você! Nada como ficar um tempo sozinha para aprender a se amar de verdade, viver sob uma nova ótica e entender que todas somos merecedoras de amores inteiros.

2.      Fantasia

“Ele vai terminar o casamento assim que o filho nascer”, “ele não gosta dela, por isso está comigo”, “ele só não termina o relacionamento porque ela é/está doente”. O rol das desculpas dos parceiros comprometidos que têm casos extraconjugais é infinito. E embora a grande maioria deles nunca terminam seus casamentos, muitas mulheres caem na armadilha de acreditar que algo vai acontecer, que as coisas vão mudar e que um dia tudo vai ser como elas tanto sonharam. No entanto, as estatísticas demonstram que, no mundo real, as coisas acontecem de forma diferente. Se você se encaixa nessa situação, talvez seja um bom momento para amadurecer a forma como você se relaciona e leva a vida. Um pouco de realidade, por mais dura que seja, pode lhe fazer muito bem.

3.      Autossabotagem

“Não estou envolvida, é só um caso passageiro” – este talvez seja o pensamento mais comum entre as mulheres que entram numa história com um parceiro comprometido. Mas, mesmo assim, suas aventuras duram meses ou até anos. Já conheceu alguém assim? A relação começa e a pessoa acredita que está no controle, que não vai se envolver e que, portanto, não vai sofrer. E, quando percebe, o tempo passou e ela se vê vivendo uma relação como a outra. Esse pode ser um indício de uma forma de autossabotagem que acontece quando temos algum medo ou receio de nos relacionarmos. Se esse for o seu caso, verá que mesmo que aparentemente não perceba, se parar para analisar, vai descobrir que está sempre entrando em relações sem futuro.

Certamente existem inúmeros outros motivos a serem enumerados aqui. É verdade que muitas mulheres se envolvem em relacionamentos assim sem saber de antemão. Mas o mais importante é entender que, se estamos em uma situação que não nos parece ideal, é uma escolha nossa seguir nela ou redefinir nosso plano. É uma questão de escolha.  Ninguém pertence a ninguém ou depende do outro para ser feliz. Se você age ou pensa como se a sua realização ou felicidade viesse de fora, de alguém que não seja você mesma, é hora de parar para avaliar o que se passa dentro do seu coração e da sua cabeça. Trabalhar a autoestima, a coragem de seguir seus próprios princípios e a capacidade de impor limites é a chave para construir e viver relacionamentos que condizem com nossos anseios. O que você tem escolhido?

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Em que estação está o seu relacionamento?

Com a chegada da primavera, a natureza e as pessoas ficam mais coloridas. E o seu relacionamento, também está na primavera ou o clima está diferente? Entenda como é possível fazer um paralelo entre as suas relações e as estações do ano.

Em qual estação do ano está seu relacionamento, já parou para pensar? Na primavera todo mundo parece ficar mais amigável e tudo fica mais colorido, muitas vezes, inclusive a nossa personalidade. Mas isso não quer dizer que nossos relacionamentos acompanhem necessariamente as estações do ano. E o que nossas relações têm a ver com as estações do ano? Podemos fazer um paralelo com as etapas cíclicas que vivemos nas relações e o clima que faz lá fora, quer ver?

Inverno

O inverno é a estação do recolhimento, de parar para pensar, de olhar para dentro. Quando uma relação está em período invernal, os envolvidos estão mais voltados para si, um para o outro, ou para a própria relação, sem muita interferência externa. Talvez estejam até passando por uma crise, e por isso é preciso dialogar, observar a si mesmos, enxergar o parceiro, entender o que precisa de mudança. No inverno, consumimos os frutos acumulados nas outras estações, para que, exatamente, possamos nos recolher e resolver o que precisa ser resolvido.

Primavera

Passado o inverno, houve diálogos, tudo foi organizado e a relação segue? Pois agora é tempo de florir. Seja lá o que tenha levado a relação ao inverno, a primavera indica que as coisas foram resolvidas e esclarecidas e, portanto, é tempo de começar a olhar para fora, de abrir as janelas da alma e de compartilhar o aprendizado que foi absorvido no inverno. Quando a relação se encontra na primavera, nos damos conta de que aquele tempo de recolhimento foi necessário para que o romance pudesse ser retomado. Normalmente, na primavera, estamos novamente em paz, pois percebemos que o que passou não foi em vão e nos fez amadurecer (tanto como indivíduos quanto como casal).

Verão

Verão é euforia, festa, calor, amigos, diversão. Nessa época , tudo fica mais ameno e, inclusive, mais superficial. Para o casal, pode ser um tempo de estarem mais voltados para fora, para ficar mais com a família e com os amigos. De modo geral, é quando a relação está mais solta, leve e tranquila – o que pode ser ótimo, e que também funciona como termômetro para as próximas estações. É no verão da relação que descobrimos se estamos maduros o suficiente para passar por situações externas e diferentes. Pode ser que os envolvidos percebam que não estão tão prontos assim para sair do casulo.

Outono

O verão passou, a festa acabou – se tudo correu tranquilo durante a estação da abertura, agora é tempo de assentar o clima e contemplar. Uma relação em outono quer algo a mais, quer transformação, quer melhorar o que precisa, quer fazer planos que serão amadurecidos e colhidos nas estações seguintes. Para aquelas que enfrentaram dificuldades no verão, é hora de fazer cortes, podar, rever, e talvez redimensionar os sentimentos. Esta é a estação do balanço – que, se positivo, levará o casal ao próximo inverno.

Os relacionamentos funcionam praticamente como os seres humanos: uma hora estamos mais dispostos a compartilhar, a conviver e a somar; outra, tudo que queremos é nos recolher e pensar. Todos passamos, o tempo todo, por mudanças. É importante que, a cada estação interna, nos deixemos levar pelo clima e pelos sentimentos típicos. A dois, é preciso observar e respeitar o momento que o outro está vivendo. Nem sempre os casais passam pelas mesmas estações internas ao mesmo tempo. No entanto, é importante observar se ambos têm as mesmas aspirações e se conseguem estar em sintonia com a estação da relação como um todo. E isso diz muito sobre a maturidade do relacionamento.

Permita-se observar o que está se passando com você e com seu parceiro. Veja em que etapa a relação está e o que é preciso deixar ir ou resolver para seguirem ainda mais unidos. Não espere a crise parar tudo. Assim como o autoconhecimento, a observação da relação é fundamental para entender o quanto precisamos colocar de nós para que tudo possa funcionar e florir.

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Relacionamento é desafio

Sabe qual é o nosso maior erro? Acreditar que relacionamentos e amores vêm prontos, que só trazem alegrias e que são lineares e previsíveis. Não! Está mais do que na hora de entendermos que relacionamento é bom, mas é puro desafio!

Relacionar-se talvez seja o maior dos desafios que enfrentamos durante a vida. E isso é maravilhoso, porque é nos relacionando que aprendemos sobre nós mesmas, sobre os outros e sobre a vida. Ninguém nasceu para ser sozinho! Seja qual for o tipo de relação (amorosa, familiar, social ou profissional), é no dia a dia que aprendemos sobre limites, crenças e diferenças. Relacionamentos, principalmente amorosos, nos permitem colocar em prática nossas habilidades e expor nossas fraquezas. Nos fazem crescer, aprender e evoluir. Não acontece assim com você? Pois pode ser que você esteja fantasiando sua relação, ou mesmo fugindo dos aprendizados. Relacionamento é desafio, mas pode ser a mais incrível de todas as aventuras.

Quando pensamos em estar com alguém e construir um relacionamento a dois, normalmente imaginamos uma série de fatores que não correspondem à realidade. Contos de fadas, filmes de Hollywood, histórias de famílias, perfis de redes sociais – tudo   colabora para que as nossas expectativas sejam imensas e que gerem um ideal quase inatingível de perfeição. Pessoas são pessoas – somos todos humanos e imperfeitos quer estejamos sozinhas ou acompanhadas. Todos temos nossos defeitos, mistérios, esquisitices, todos somos obras em constante construção. Como querer ao nosso lado alguém perfeito, se nós mesmas não somos?

Por que se relacionar é desafio?

Porque o amor e as pessoas não vêm com bula ou manual de instruções! Da mesma forma, ninguém tem como conhecer de antemão nossas vontades e desejos, e talvez, por personalidade, nem queiram satisfazer ao nosso ideal de relação. Estar com alguém tem muito mais a ver com planos em comum, visão de futuro, valores reais do que com flores, bombons e serenatas. Não que isso tudo não seja maravilhoso para quem gosta e sonha em ter um relacionamento romântico. Mas, nesse caso, a saída é encontrar alguém que já tenha esse DNA ou que esteja disposto a se encaixar nesse molde. Caso contrário, é mais fácil trazer nossas expectativas de relacionamento para um nível mais real.

O dia a dia pode trazer lindas surpresas, presentes inesperados, café na cama e uma troca incrível. Mas também perrengues, decepções, divergências e desentendimentos. O fato é que, aos poucos, um casal vai se moldando e ambos vão entendendo o que deixa o outro feliz e infeliz. Disposição para fazer com que a relação funcione é tudo! Mas achar que não encontraremos desafios e decepções é viver fora da realidade. O que também não é desculpa para simplesmente desistir de estar com alguém e optar pela solidão.

Nascemos para nos relacionar

Somos seres sociais, nascemos para viver em comunidade, para aprender uns com os outros e para nos relacionar. Acreditar que é melhor estar sozinha só porque relações de contos de fadas não existem é desistir de descobrir o melhor da vida. É claro que podemos e devemos estar sozinhas em diversas situações da vida. Períodos de solidão são maravilhosos para que a gente possa se descobrir, entender quem realmente somos e se preparar antes de entrar numa relação sabendo melhor o que esperamos do outro. Mas ficar sozinha por medo do desafio, jamais!

Se relacionar é difícil? Não, essa é uma das muitas crenças limitantes que temos em nossa sociedade. Relacionar-se é desafiante e incrível ao mesmo tempo. Relacionamentos nos trazem muitos aprendizados. O que acontece é que acreditamos que, para ser fácil, não pode ter problemas, para ser bom, não pode ter imprevistos. E é aí que as dificuldades começam. Uma das forças mais incríveis da natureza é o amor. A vontade de estar com alguém, de compartilhar momentos e de construir uma vida juntos faz com que amar seja um enorme desafio e a melhor das aventuras. Não se segure. O melhor da vida pode estar logo ali, esperando por você! Pronta? Ou vai dizer que não curte um desafio?

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Ame(-se) muito! Mas fuja dos extremos!

Ter consciência do próprio valor e não abrir mão daquilo que é muito importante para você é totalmente diferente de acreditar que ninguém está à sua altura. Da mesma forma, manter uma relação para se sentir importante e necessária é um grande erro. Entenda por que os extremos são tão prejudiciais quando falamos de relacionamentos!

Saber quem somos e ter consciência do nosso próprio valor é de extrema importância para viver bem e ter bons relacionamentos. No entanto, valorizar-se não significa acreditar que somos superiores a outras pessoas e que, portanto, ninguém está a nossa altura quando o assunto é se relacionar. Quem pensa assim, normalmente prefere ficar sozinha e aí, corre um grande risco de perder a mão nas relações sociais e de se tornar uma pessoa egoísta. Claramente não há nada de errado em optar ficar só, pelo contrário, muitas vezes, ficar solteira por um tempo pode ser muito saudável. Mas que não seja porque você se acha tão boa que ninguém te merece. Entendeu?

Em outros casos, quem acredita ser superior acaba se envolvendo em relações egóicas justamente para reafirmar sua superioridade. Sabe quando pensamos: “ele não é nada sem mim?”. Pois essa é a maior mentira que podemos contar a nós mesmas. Todo mundo sobrevive fora de uma relação, com raríssimos casos em que a própria pessoa esteja em uma situação emocionalmente doente. Mas quando nos achamos superiores, criamos uma fantasia de que somos indispensáveis e determinantes para felicidade do outro – o que nos faz sentir ainda mais superiores. De que forma isso pode ser saudável? Acreditar sermos as responsáveis pelo bem-estar do outro não pode, e não deve, ser motivo para “segurar” uma relação.

A situação oposta, ou o outro extremo, é quando nossa principal razão para entrar em um relacionamento é nos sentirmos importantes e amadas.  Isso acontece quando nossa autoestima e nosso amor-próprio estão tão baixos que enxergamos os relacionamentos como uma forma de provar que temos valor. Quem aí já pensou: “não sou nada sem ele”? Exatamente como na situação oposta, esta também é uma mentira das grandes. Pensar assim demonstra que optamos por deixar nas mãos do outro a tarefa de nos fazer sentir valorizadas, amadas e felizes. E, se por algum motivo ele cumpre essa função, tornamo-nos dependentes emocionais. [Para saber mais sobre dependência emocional, clique em https://bit.ly/2NVweO8]

Nenhuma dessas posturas é saudável, pelo contrário, podem causar muita dor e confusão. Se você se identifica com um dos exemplos acima, seu comportamento e sua maneira de pensar precisam ser curados e ressignificados. Usar o amor-próprio como desculpa para não nos relacionarmos é tão ruim quanto usar um relacionamento para garantir que somos especiais. Quando escolhemos estar só ou nos relacionar pelos motivos errados, certamente há sofrimento. Portanto, repense suas escolhas e fuja dos extremos! Ame-se, valorize-se e corra atrás da sua própria felicidade. E, de preferência, construa relacionamentos com pessoas que tenham essas mesmas atitudes.

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Seu ex pode ser mais atual do que você pensa

Você costuma comparar seus novos relacionamentos e parceiros com os que já passaram? Acredite, se você tem um ex que foi bastante marcante na sua vida, ele pode estar mais presente no seu dia a dia do que você imagina.

 

Talvez sua primeira reação ao ler o título deste texto seja pensar: “Imagina, já superei meu ex, ele ficou no passado”. Mas vou explicar porque pode ser que não seja bem assim. Quem nunca passou por uma dessas situações: um relacionamento intenso e conturbado que acabou, mas continua assombrando sua vida e influenciando suas novas escolhas pelo medo de reviver a mesma situação? Ou então, um relacionamento incrível, lindo e maravilhoso que terminou e que você daria tudo para viver uma experiência parecida? Por isso eu digo: seu ex pode ser muito mais atual do que você pensa.

Quando vivemos algo muito marcante na nossa vida, tais experiências podem acabar se tornando uma baliza para tudo o que vem depois. Quando somos traídas, por exemplo, as chances de não confiarmos mais totalmente em alguém, depois desse fato, são enormes. Nossa memória emocional passa a agir sobre nossas escolhas e atitudes como forma de defesa. E isso pode fazer com que a gente se afaste de novos relacionamentos ou lide com um relacionamento novo de maneira insegura, desconfiada e até mesmo imatura, por puro medo de reviver uma situação traumática.

Por outro lado, quando vivemos um relacionamento com alguém que acreditamos ser o “amor da nossa vida” e essa relação termina, especialmente quando levamos um belo “pé na bunda”, a tendência é criarmos um mito, uma meta de relação, ou seja, queremos outro alguém “tão especial quanto”. E, assim, tomadas por essa imagem, andamos por aí pulando de relacionamento em relacionamento em busca de alguém que nos faça sentir o que aquele outro fazia. Ou, podemos permanecer sozinhas porque acreditamos que ninguém esteja à altura daquele amor incrível que vivemos um dia.

Ambas as situações fazem com que a gente viva trazendo emoções passadas para o presente, mesmo sem perceber. Ou por medo de repetir, ou por desejo de reviver o que já passou. O fantasma daquela relação forte que já terminou fica rondando nossa vida amorosa atual. Entendeu agora como seu ex pode estar mais presente do que você imagina? Nos comportamos conforme ditam as emoções que, por mais que ainda estejam muito vivas dentro de nós, não fazem parte do nosso novo momento. Na prática, o resultado desse fato é que a gente passa a comparar nossos pretendentes atuais ou novos parceiros ou com os passados, mesmo sem perceber.

A gente esquece que a pessoa que faz parte da nossa vida no momento atual nada tem a ver com a outra ou com o que a gente passou. Ninguém é igual a ninguém e cada relacionamento é único. Portanto, não devemos descontar nossas frustrações passadas no amor atual com desconfiança ou indisponibilidade, ou despejar o fardo da cobrança de quem ele deveria ser e como deveria agir para satisfazer algo de que o anterior não foi capaz.

Outra consequência de ter o ex no presente, além de sofrer e de escolher pela comparação, é de atrair situações similares à experiência anterior, simplesmente porque não nos desconectamos completamente daquela emoção. Por exemplo: o medo de ser traída novamente é tão grande que acaba justamente atraindo uma situação parecida. E o medo de ser deixada mais uma vez pelo “amor da vida” pode estar tão presente que se materializa. Talvez você esteja vivendo um trauma, talvez uma crença tenha sido gerada a partir do que você viveu no passado, mas já está mais do que na hora de se libertar!

O que fazer para deixar, de uma vez por todas, o ex no passado?

É preciso encerrar completamente o ciclo – não só racionalmente, mas emocionalmente. Viva, de fato, o luto da relação, trabalhe seus sentimentos remanescentes, apure os aprendizados que a experiência passada traz para a sua vida. Só assim você poderá se abrir de verdade para uma nova história, com uma outra pessoa.

Fechar definitivamente um ciclo nos traz experiências diferentes e libertadoras. Deixar o passado para trás, inclusive quando ele nos parece maravilhoso, é o primeiro passo para curar as nossas relações atuais. Seja qual for o seu fantasma: uma relação que só te fez sofrer ou um amor que parecia incrível, já passou. As experiências serão sempre diferentes se você se permitir vivenciá-las como únicas e especiais, à sua maneira. Você está pronta para focar no momento presente e seguir em frente com mais leveza? Libere-se de suas experiências passadas e libere seus pretendentes ou parceiros do peso dessas situações que eles não viveram.

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Por que estamos vivendo relacionamentos descartáveis?

Sabe aquelas fotos de casais felizes, que vemos diariamente nas redes sociais, sempre muito lindas e cheias de filtros? Então, nem a vida e nem os relacionamentos reais são assim. Não sempre, ao menos. E quem acha que vai encontrar um mar de rosas, desiste assim que percebe que relacionamento é, na verdade, uma construção.

Estamos vivendo relacionamentos descartáveis. Essa é uma constatação triste, não é mesmo? Muitas pessoas desistem diante das primeiras dificuldades, quando descobrem que se relacionar não é, nem de longe, um mar de rosas. Pelo contrário, relacionamento é uma construção diária que requer parceria, uma boa dose de paciência e de abertura para compartilhar, ceder, acolher, debater e aprender. Parece muito difícil para você? Então, é um bom momento para se perguntar: o que você espera de uma relação a dois? Se a resposta for aquela realidade das redes sociais, em que tudo é lindo e cheio de filtros, comece a se preocupar, porque tem coisa errada aí. Talvez, para você, mais importante do que viver um relacionamento real, é se gabar com um relacionamento de fachada.

Em primeiro lugar, relacionamentos e amores não vêm prontos, são construídos diariamente e não da noite para o dia. Segundo, não se conhece alguém, de fato, em uma ou duas saídas. Terceiro, não existem pessoas perfeitas. E, por fim, os relacionamentos, assim como a vida, são constantemente inconstantes. Portanto, amores e parceiros não caem do céu, não têm a ver com o acaso e, sim, com paciência e dedicação. Desejar uma relação tem quer ser sinônimo de estar disposta a mostrar as próprias fragilidades e incertezas, e de estar preparada para aceitar e acolher as do outro. Ninguém é a Mulher Maravilha ou o Super Homem o tempo todo.

Você já ouviu falar que o amor tem que ser regado? Essa analogia da natureza é realmente perfeita quando se fala de relacionamentos. Amar é plantar uma semente – se o solo for fértil, a relação germina. Então, todos os cuidados são necessários: adubo, água, carinho, diálogo, trocar de lugar quando preciso ou colocar em um vaso maior quando começa a crescer e dar frutos. Podar quando for o momento certo. E tudo isso tem que ser feito com afeto, entrega, desejo, confiança e verdade. Do contrário, o amor seca e morre.

Mas e se a gente fizer tudo isso direitinho, será que dá certo? Não temos como saber se não tentarmos! Não existe fórmula para que um relacionamento dure no tempo. Mas que é importante deixar pequenos detalhes de lado de vez em quando e saber conviver com as diferenças, ah, isso é. Por outro lado, voltando à analogia, também é preciso verificar se o tipo de solo e o clima locais são adequados ao tipo de planta que estamos cultivando. Forçar algo que não floresce naturalmente pode ser frustrante.  Mas isso, só o tempo e a experiência dirão.

É preciso, antes de tudo, querer amar. Desejar tanto que o relacionamento viva, que, em alguns momentos, temos que abrir mão de outras coisas por ele. Sem perder a individualidade, claro. Aliás, para que um relacionamento dê bons frutos, manter a individualidade é essencial. E isso não quer dizer que devemos ser egoístas, apenas entender que o “nós” é formado por dois “eus” que têm opiniões, desejos e vontades próprias.

E por que as relações estão descartáveis?

Porque queremos tudo pronto e tudo para ontem. Queremos que a pessoa certa e a relação ideal caiam do céu e, como se não bastasse, não nos deem trabalho. Pelo contrário, queremos que o relacionamento e o parceiro atendam aos nossos desejos e que nos façam sentir sempre bem. Como se a vida fosse uma propaganda de margarina, e tudo fosse sempre fácil e maravilhoso. Esses chavões podem ficar bem na poesia, no cinema e nas letras de músicas, mas a vida real é fogo, é ajuste, é desavença. Discordar faz parte de crescer juntos. No entanto, muitas vezes, comportamo-nos como crianças mimadas que não podem ouvir um “não” ou passar por um perrengue, que já pulam fora. “Isso não é para mim”! Claro que é para você. É para todo mundo. Se há amor, respeito, carinho e desejo, vale a pena. Mesmo não sendo perfeito, mesmo tendo que lapidar, mesmo trazendo sofrimento de vez em quando. A vida não é só feita de alegrias, certo?

Relações descartáveis são fruto de um tempo em que estamos, na verdade, morrendo de medo de: 1) mostrar que não somos perfeitas e 2) encarar as imperfeições do outro. Ninguém é perfeito. E, por isso, as relações humanas também não o são. O fato é que desejar ter alguém é bem diferente de desejar construir um relacionamento. O que você quer, de verdade? Está pronta para aprofundar-se na arte de conhecer ao outro e a si mesma? Está pronta para viver a realidade de um relacionamento duradouro? Tenha foco, fé, paciência e se jogue!

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Amor-próprio para quê?

Investir em amor-próprio é fundamental. Só não pode usar esse processo como desculpa para se afastar das pessoas ou evitar se relacionar. O crescimento pessoal acontece quando somos capazes de usar nossos potenciais exatamente quando nos relacionamos. Já pensou nisso?

Falamos muito em amor-próprio aqui no Blog das Amarildas. Sim, tem que ter! Amor-próprio é essencial para sermos felizes e construirmos bons relacionamentos. E só é possível através do autoconhecimento e da valorização das nossas próprias potencialidades. Quando não nos amamos o suficiente, além de passarmos a vida mendigando pelo amor dos outros, nunca seremos capazes de amar alguém verdadeiramente.

No entanto, esses dias recebi um questionamento de uma leitora que me intrigou bastante e resultou neste texto: será que não estamos usando o amor-próprio como desculpa para ficar sozinhas e evitar relacionamentos amorosos? O raciocínio é o seguinte: “Eu me amo e estou muito bem sozinha, portanto não preciso de ninguém”. Você também pensa assim? Pensar dessa forma só mostra que ainda temos muito a aprender.

É verdade que o amor-próprio parte da compreensão e da aceitação plena de quem somos, que resulta em bem-estar e felicidade. E aí, para algumas de nós, pode bater aquela preguicinha de mexer em time que está ganhando, né? O que a gente esquece é que é justamente o amor-próprio que nos impulsiona a amar o próximo. E que são os relacionamentos que nos permitem crescer, amadurecer e evoluir.  

É nos relacionando que realmente confrontamos nossos potenciais e nossas habilidades descobertas no processo do autoconhecimento e da autovalorização. É na convivência que testamos nossa resiliência, nossa coragem, nossa amabilidade, nosso acolhimento, nossa empatia dentre tantos outros atributos. Sabe quando temos uma prova na escola, para ver se aprendemos a lição? Então, se relacionar é exatamente isso: é uma forma de comprovarmos se somos mesmo capazes de amar o outro e ainda manter a nossa individualidade, de respeitá-lo e aceitá-lo sem perder o amor-próprio, de socializar sem abrir mão dos nossos próprios valores.

Como já falamos aqui diversas vezes: a gente só aprende a se relacionar, se relacionando! Vivemos em sociedade, não nascemos para ser sozinhas. Muito pelo contrário, o desejo de unir-se a alguém é uma necessidade natural dos seres humanos. Fugir da interação ou do convívio com os outros pode significar uma certa forma de demonstrar orgulho ou mesmo medo – de não ser correspondida, de reviver traumas do passado, de ser traída e, principalmente, de se machucar.

Afinal, amor-próprio para quê?

Amor-próprio exatamente para sermos capazes de, além das nossas próprias barreiras e fronteiras, continuar sendo nós mesmas! Amor-próprio para sermos bem-sucedidas no amor a dois. Amor-próprio para não dependermos do amor que vem de fora. Não para passar a ideia de que somos autossuficientes. Fortalecer nosso amor-próprio não é desculpa para ficar sozinha, pelo contrário, é um meio de seguir nos relacionamentos humanos sem deixar de ser nossa melhor versão. Portanto, saia da sua zona de conforto! Estar sozinha e feliz é muito bom, mas estar com alguém pode ser ainda melhor! Não se utilize do amor-próprio como uma desculpa para evitar relacionamentos, mas sim, enxergue-o como uma espécie de capacitação para ser feliz em convívio.

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Quem você vê quando olha para seu parceiro?

Para ter um relacionamento saudável, é preciso respeitar as individualidades. Ampliar o olhar para realmente (re)conhecer e enxergar o parceiro é fundamental nesse processo.

Você enxerga seu parceiro como ele realmente é? Ou será que projeta nele aquilo que gostaria que ele fosse? Quem sabe até você o veja de acordo com aquilo que VOCÊ é, e não como ele é de fato. Parece confuso? Mas essa reflexão é muito importante no processo da construção de um relacionamento amoroso saudável. Para que uma relação cresça sobre bases sólidas, é preciso, antes de tudo, que ambos estejam dispostos a enxergar e receber o outro exatamente como é. Acontece que, muitas vezes, a gente se esquece disso. Passamos tanto tempo imaginando e fantasiando sobre o parceiro ideal que, quando alguém aparece, acabamos nos perdendo em nossas próprias ideias e necessidades – sem nem olhar para as dele.

Um dos maiores erros acontece quando entramos numa relação de cabeça levando nossas expectativas e carências conosco e esquecendo que do outro lado existe outra pessoa – que nem sempre irá supri-las. Aquele com quem nos relacionamos também é um ser humano que carrega seus próprios desejos, expectativas e ambições. E se ambos agirem de forma a concretizar suas próprias idealizações, grandes conflitos podem acontecer. Quando focamos apenas naquilo que sonhamos/criamos/esperamos por tanto tempo, colocamos o outro numa posição passiva e bastante incômoda. Relacionamentos amorosos são processos de construção de uma vida a dois e de pareamento de desejos e objetivos. Do contrário, ambos se perdem em suas fantasias e ilusões e acabam se frustrando.

Há quem diga que o amor de verdade é altruísta e olha primeiro para o outro e depois para si mesmo. Eu acredito que para que uma relação seja equilibrada, é preciso que ambos sejam contemplados: em seus desejos, suas expectativas, seus valores, seus objetivos, enfim, em seu modo de ser em geral. É claro que haverá algumas divergências, pois ninguém é igual a ninguém. O que importa é se é possível aceitá-las e lidar com elas de maneira saudável, sem grandes sacrifícios.

Certamente relacionamentos a dois pedem que a gente ceda ou abra mão de algo em prol da alegria do outro. Esta também é uma das muitas formas de amar: quando nos regozijamos com a felicidade do ser amado. Mas fazer disso uma regra pode levar à negligência das nossas próprias necessidades. Por isso o equilíbrio entre o dar e receber, o enxergar e ser enxergado é tão importante. E o desequilíbrio é muito comum em relações que começam de forma “errada”.

Mas, o que é começar de forma “errada”? É se envolver quando não nos sentimos inteiras, quando queremos apenas preencher nosso vazio, quando esperamos que o outro nos forneça o que não conseguimos por conta própria.  Quando entramos numa relação esperando que o outro tape os buracos da nossa alma e da nossa autoestima, satisfaça nossos desejos e corresponda às nossas expectativas, buscamos que ele nos sirva. Mas amor não é serventia, amor é complementariedade.

Observe-se e perceba se você está inteira antes de entrar de cabeça em um relacionamento. Então, fique atenta ao fato de continuar se sentindo inteira ao longo da relação e de conseguir entender que seu parceiro é outra pessoa, dissociada de você – que tem suas próprias necessidades e desejos, e que não está com você apenas para preencher seu vazio ou suprir suas expectativas e idealizações, muito menos para substituir alguém que já não faz parte da sua vida. Olhe para ele e veja exatamente quem ele é. Abra seus olhos e seu coração para enxergá-lo. Tudo isso tudo posto, acredite, suas chances de construir um relacionamento em bases sólidas e felizes são grandes!

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