Talvez esse seja o maior tabu dos relacionamentos: se envolver com pessoas já comprometidas. Se isso já aconteceu com você, por qualquer que seja a razão, talvez seja o momento de rever o modo como você se cuida e que papel as relações têm na sua vida.
Você já foi a “outra”? Assunto tenso, não é mesmo? Acredito que a maioria das pessoas concordam comigo. No entanto, o fato é que essa situação existe. Sim, muitas mulheres se envolvem em relacionamentos em que o outro já é comprometido com outra pessoa – e, claro, são muito julgadas. Inclusive, se julgam. Mas, sejamos francas... antes de tudo, o que ser a outra diz sobre alguém? Se você está vivendo essa situação atualmente, como você se sente nesse papel? Estar confortável com nossas próprias escolhas é fundamental para ser feliz. Caso contrário, sempre nos encontraremos em papéis que não consideramos ideais e que não condizem com nossos reais desejos e anseios.
É importante falar que ser a outra tem muitas faces. Embora muitas mulheres tenham medo dos julgamentos alheios, há quem veja prazer na aventura e no “perigo” de estar nessa posição. Há aquelas quem prefiram não ter amarras e, portanto, ter um parceiro já comprometido pode vir de encontro a esse objetivo. O fato é que, para a maioria das mulheres com quem converso, ser a outra é o mesmo que entrar numa “fria”. Além de acreditar ser uma enrascada, muitas delas dizem, inclusive, que jamais se imaginariam sendo pivôs de uma relação extraconjugal. Mas então, por que isso acontece? Antes de julgar, é preciso analisar os motivos que levam alguém a se envolver num relacionamento assim. Alguns deles são:
1. Baixa autoestima
Achar que não somos boas o suficiente e que, portanto, precisamos aceitar migalhas de sentimento e de atenção é muito mais comum do que imaginamos. Existem mulheres que passam uma vida inteira sendo a outra simplesmente porque não acreditam que podem ter relações inteiras. Se você se identifica, trabalhar questões de merecimento e aprender a se valorizar são tarefas urgentes para você! Nada como ficar um tempo sozinha para aprender a se amar de verdade, viver sob uma nova ótica e entender que todas somos merecedoras de amores inteiros.
2. Fantasia
“Ele vai terminar o casamento assim que o filho nascer”, “ele não gosta dela, por isso está comigo”, “ele só não termina o relacionamento porque ela é/está doente”. O rol das desculpas dos parceiros comprometidos que têm casos extraconjugais é infinito. E embora a grande maioria deles nunca terminam seus casamentos, muitas mulheres caem na armadilha de acreditar que algo vai acontecer, que as coisas vão mudar e que um dia tudo vai ser como elas tanto sonharam. No entanto, as estatísticas demonstram que, no mundo real, as coisas acontecem de forma diferente. Se você se encaixa nessa situação, talvez seja um bom momento para amadurecer a forma como você se relaciona e leva a vida. Um pouco de realidade, por mais dura que seja, pode lhe fazer muito bem.
3. Autossabotagem
“Não estou envolvida, é só um caso passageiro” – este talvez seja o pensamento mais comum entre as mulheres que entram numa história com um parceiro comprometido. Mas, mesmo assim, suas aventuras duram meses ou até anos. Já conheceu alguém assim? A relação começa e a pessoa acredita que está no controle, que não vai se envolver e que, portanto, não vai sofrer. E, quando percebe, o tempo passou e ela se vê vivendo uma relação como a outra. Esse pode ser um indício de uma forma de autossabotagem que acontece quando temos algum medo ou receio de nos relacionarmos. Se esse for o seu caso, verá que mesmo que aparentemente não perceba, se parar para analisar, vai descobrir que está sempre entrando em relações sem futuro.
Certamente existem inúmeros outros motivos a serem enumerados aqui. É verdade que muitas mulheres se envolvem em relacionamentos assim sem saber de antemão. Mas o mais importante é entender que, se estamos em uma situação que não nos parece ideal, é uma escolha nossa seguir nela ou redefinir nosso plano. É uma questão de escolha. Ninguém pertence a ninguém ou depende do outro para ser feliz. Se você age ou pensa como se a sua realização ou felicidade viesse de fora, de alguém que não seja você mesma, é hora de parar para avaliar o que se passa dentro do seu coração e da sua cabeça. Trabalhar a autoestima, a coragem de seguir seus próprios princípios e a capacidade de impor limites é a chave para construir e viver relacionamentos que condizem com nossos anseios. O que você tem escolhido?