Entender quem somos e o que realmente direciona nossa identidade emocional é um passo importante para a construção de relacionamentos saudáveis. Como você gerencia seus pensamentos, suas opiniões, seus desejos e suas emoções?
Saber diferenciar e separar o que é nosso e o que é do outro em termos de opiniões, julgamentos, vontades e crenças, é uma chave importante que pode nos levar a relacionamentos mais saudáveis. Enquanto seguirmos nos deixando aprisionar por traumas e crenças limitantes, nos preocupando com a opinião dos outros sobre nós e o que fazemos, guardando mágoas de situações passadas, procurando nos adequar a padrões externos... Perdemos nossa essência e deixamos de dar valor aos nossos potenciais. Quando negligenciamos nossa própria verdade, tornamo-nos prisioneiras de uma série de fatores que são externos, mas que tomamos como se fossem regras auto impostas e verdades absolutas. O resultado: um cérebro esgotado e um coração sempre prestes a ser partido.
O fato de não refletirmos e analisarmos o que realmente sentimos, quem verdadeiramente somos e qual é a nossa própria percepção sobre as coisas, faz com que a gente fique à mercê do que pensam a nosso respeito, compre as ideias dos outros e embarque nas opiniões alheias. Quando não olhamos para dentro, tornamo-nos excessivamente vulneráveis àquilo que o mundo externo nos apresenta. E isto também vale para aqueles momentos em que nos empenhemos arduamente em julgar as ações, comportamentos e opiniões dos outros e até em querer mudá-los a fim de que alcancem nossas expectativas sobre como deveriam ser, agir, falar, pensar e se relacionar. Acredite, são esforços inúteis.
Agradar a todos é algo impossível. Talvez até não agrademos a ninguém, mas jamais seremos genuinamente felizes se não formos fieis a nós mesmas e aos nossos valores e ideais. Da mesma forma, por maior que seja nosso esforço, não temos a capacidade de mudar o outro a não ser que ele mesmo deseje tal mudança e tome as devidas providências para isso.
Consegue perceber como uma vida voltada para fora e sem conseguir lidar bem com suas próprias questões pode ser uma prisão, um fardo? Já quando conseguimos nos libertar da importância que damos para as opiniões, ações e reações dos outros e nos conectamos com as nossas próprias, somos mais genuínas, mais autênticas. E então, alcançar a felicidade (dentro e fora dos relacionamentos) se torna algo bem mais fácil. Mas, para isso, é preciso aprender a olhar para dentro, a questionar de onde vêm nossos pensamentos e crenças (se realmente são nossos ou os tomamos emprestado do outro). Só assim nossas ações e nosso modo de nos relacionar farão sentido.
Separar o que é nosso do que é do outro
Tem gente que vive com uma pulga atrás da orelha e desconfia de tudo e de todos. Tem gente que diz que se está tudo maravilhosamente bem, algo de ruim irá acontecer. Tem gente que vive criticando e julgando todo e qualquer comportamento alheio. Tem gente que faz questão de apontar cada erro seu. Tem gente que adora dar palpite na sua vida e tem opinião para tudo o que lhe diz respeito. Mas o que, de fato, você pensa e sente? Quando absorvemos tudo isso, acumulamos muito lixo mental: ideias, opiniões, emoções, sensações e pensamentos que não são nossos. E então geramos ansiedade, tristeza, apatia, confusão, cansaço.
Quando conseguimos gerenciar o que é nosso, separamos o que é real, o que é uma criação da nossa imaginação e o que pegamos emprestado dos outros. Ao pararmos com frequência para meditar sobre nossos pensamentos, comportamentos e sentimentos, detectamos verdades absolutas que não são verdades assim, mas são impostas pela sociedade, ou por alguém do nosso círculo familiar, ou são resquícios de traumas e vivências anteriores.
Sem o conhecimento das próprias questões, vivemos medos e sofrimentos que nem são nossos! Por isso, a dica é: comece agora um processo de cura. Entenda sua mente e ouça o seu coração. O que é real? Perceba o que acontece de verdade e o que é simplesmente uma projeção de uma ideia que você assumiu como sua. O processo não é fácil e o primeiro passo é sempre questionar o que se sente ou pensa. Mas, acredite, é possível. Basta querer e persistir.