Nossa capacidade de lidar com os problemas tem relação direta com nossa resiliência emocional. Quanto você se adapta às situações e consegue levar a vida de maneira leve?
Resiliência emocional é a nossa capacidade de lidar com problemas da vida, com os perrengues do dia a dia, e de resistir às mudanças e às diferentes pressões que a vida nos traz. Nos relacionamentos, a resiliência pode nos ajudar a compreender melhor o outro, a aceitar as ações e reações alheias, e a ter mais segurança para impor limites e se colocar de forma verdadeira e integral.
Mas o que realmente significa resiliência, você sabe? Do latim “resilire”, essa palavra significa algo como “voltar atrás”. Na física, indica o estado que determinados objetos têm de voltar ao seu estado original mesmo depois de terem sofrido um choque ou mudança, como acontece com a borracha, por exemplo – você empurra e ela volta ao formato original. Isso é resiliência. Há materiais mais ou menos resilientes. Assim como há pessoas igualmente mais ou menos resistentes e maleáveis. E isso tem relação direta com as nossas emoções.
Enfrentar e superar as adversidades da vida demonstra maturidade emocional. Quantas vezes já nos desesperamos perante a uma situação complicada ou estressante? Ser resiliente não nos blinda de situações assim, mas faz com não deixemos que o desespero tome conta de nós. Pense nos seus últimos dias... foram tranquilos ou você sofreu muito por não ter o controle do que acontece com você e com aqueles que ama? Esse tipo de questionamento é importante para entendermos qual nosso grau de resiliência. Mas não se preocupe. O fato de haver pessoas naturalmente mais resilientes não quer dizer que não podemos exercitar e aumentar a nossa capacidade de sermos mais flexíveis e maleáveis perante o fluxo da vida. As experiências que vivemos e a nossa disposição em trabalhar nosso lado emocional são as chaves para aumentar essa capacidade de conviver com o inusitado e o impermante.
A resiliência emocional nas relações
Pessoas que vivem com o pé atrás, com medo de se machucar ou querendo controlar as atitudes e as reações do outro certamente são dirigidas pelo estresse. Definitivamente, não temos controle sobre nada que existe, nem mesmo sobre a nossa própria forma de compreender e reagir ao que nos acontece. Por isso, o autoconhecimento é tão importante. O descontrole da vida, na verdade, pode ser visto com entusiasmo e beleza, uma vez que nos desvencilhamos do medo que ele traz. Amar, em todas as formas, pressupõe confiança, inclusive no desconhecido. Mas é preciso trabalhar isso em nós.
Falar sobre como você se relaciona, entender os motivos pelos quais atrai determinado tipo de pessoa, por que reage de uma forma parecida em diferentes situações é incrivelmente esclarecedor. Nas sessões do PAR – Programa Amarildas de Relacionamentos, já atendi mulheres com histórias ímpares de relações fracassadas ou em desalinho com o caminho escolhido, e posso dizer: olhar para si, em primeiro lugar, é iniciar um caminho de cura. Trabalhar a resiliência emocional parte do princípio de entender suas próprias motivações e sua história, ser grata pelas experiências vividas e aprender a deixar ir aquilo que já não serve mais. Ser resiliente, no fundo, é se desvencilhar do medo. O que você está fazendo neste momento para compreender e conviver melhor com suas emoções? Reflita sobre isso e perceba o quanto sua resiliência emocional influencia nos seus relacionamentos.