A verdadeira intimidade

Para que um relacionamento verdadeiro possa acontecer, é preciso exercitar a intimidade real, que só existe quando nos enchemos de coragem e nos abrimos e entregamos por completo, amorosamente.

Ao exercitar a verdadeira intimidade, nos colocamos em plena evolução. Qual o grande problema dos relacionamentos da atualidade? Permanecer no plano da superficialidade, sem o aprofundamento necessário para que haja intimidade. Você pode estar se perguntando como duas pessoas podem estar em um relacionamento amoroso e não ter uma real intimidade, certo? Pois eu explico: mais do que viver a dois, do que dormir juntos, do que conhecer segredos, intimidade é se mostrar para o outro como realmente somos, sem medo, sem culpa, sem máscaras e sem julgamentos.

Tornarmo-nos íntimas de alguém parte do princípio de que conhecemos nossa luz e nossa sombra, aceitamos e acolhemos nossas vulnerabilidades mais profundas e, ainda assim, nos abrimos, cheias de coragem e com muito amor. Deixar que o outro enxergue nossos medos, nossos traumas, nossos demônios, nossas fraquezas e nossas cicatrizes é permitir que ele realmente conheça o nosso coração. Sem essa intimidade, uma relação fica sempre à mercê de limites que não podem ser ultrapassados, exatamente para que o outro não nos conheça integralmente. Acreditamos que nossas máscaras são capazes de nos proteger, enquanto, na verdade, apenas nos privam de ter um relacionamento verdadeiro e profundo.  

Se temos medo de mostrar quem realmente somos é porque, em primeiro lugar, não aceitamos nosso verdadeiro eu. Para que possamos estar prontas para nos entregarmos por inteiro a uma relação, precisamos exercitar o árduo trabalho do autoconhecimento. Imagine viver ao lado de alguém com medo constante de que essa pessoa te conheça efetivamente. Pois isso acontece na maior parte dos relacionamentos que temos durante a nossa vida. Talvez esse medo não seja consciente, mas é expresso através das nossas atitudes e dos nossos comportamentos perante o outro. E é exatamente por isso que existem tantas relações baseadas em estresse e desconfiança.

A importância da verdadeira intimidade

Quando nos abrimos para o outro e mostramos quem realmente somos, inevitavelmente se inicia um movimento que transforma, engrandece e aprofunda o relacionamento. Ao agirmos corajosamente dessa forma, incentivamos que o outro também se mostre, se abra, e, com isso, aumentamos as chances de que o sentimento que já existia possa chegar a um patamar ainda mais elevado. Quando mostramos ao outro como somos, nos relacionamos de um lugar mais profundo e verdadeiro, e a relação deixa de ser superficial.

Mas, e o medo da reação do outro diante das nossas sombras? E se a relação acabar? Muitos casais vivem anos a fio escondendo seus medos, seus fantasmas e, quando o dia a dia se torna insustentável, ambos se dão conta do precioso tempo perdido. A resposta é muito simples: se o outro não for capaz de acolher as suas verdades e a relação acabar, é porque não havia amor. Ou, ao menos, não o suficiente para suportar a verdadeira intimidade que uma relação a dois exige. Por outro lado, quando há respeito e compreensão com relação ao que realmente somos, o amor cresce, os laços afetivos se estreitam, a confiança redobra.

 

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