Medo: o maior impedimento para o amor

Quem ama verdadeiramente, primeiro tem que amar a si mesmo para depois amar ao outro. E nesse caminho, precisamos de doses extras de coragem para enfrentar o medo – que é o exato oposto do amor.

É verdade que o medo, sob a ótica social, é o mediador de nossas ações. Sem ele, não teríamos medida e nem segurança. É o medo que preserva a nossa vida nas situações de risco e de perigo. E, de certa forma, ele também acaba preservando nossas emoções. Acontece que nos relacionamentos, não há nada pior do que o medo, pois ele é o maior impedimento para que grandes encontros aconteçam e grandes amores floresçam. 

Sim, às vezes conhecemos pessoas e nos apaixonamos. Mas o medo nos impede de seguir e de nos aprofundarmos na relação. Porque para que haja um relacionamento real, é preciso entrega, e entregar-se requer coragem. Coragem não é quando não sentimos medo, mas quando o enfrentamos. Se o medo nos freia e paralisa, perdemos a capacidade de acreditar em nós mesmas, de enxergar que existem, sim, pessoas capazes de nos respeitar pelo que somos. Perdemos também a espontaneidade e a força de seguir abertas, aceitando o que a vida nos traz.

Por outro lado, se mesmo sentindo medo, nos impulsionamos ao novo, nos jogamos de cabeça em nossos sentimentos e nos permitimos amar, poderemos viver experiências incríveis. Ninguém está livre de errar e nem de se machucar. Mas se o medo nos impede de errar e nos machucar, ele também nos priva de aprender e crescer.  Errando aprendemos muito sobre quem somos e nos machucando, aprendemos sobre nossas medidas pessoais de afeto, limites e entrega.

Como ultrapassar a barreira

Provavelmente jamais estaremos isentas do medo. No entanto, já que coragem não é ausência de medo, e, sim, seguir apesar dele, precisamos vencer essa barreira para atingir nossos objetivos. E o primeiro grande passo para isso é se conhecer, compreender os próprios limites e descobrir os valores essenciais e imprescindíveis para si para que uma relação seja satisfatória.

Quando conhecemos a nós mesmas, entendemos melhor os nossos sentimentos e sabemos com mais clareza o que desejamos do outro, fica mais fácil abrir os braços para receber uma nova relação. O medo é inerente ao ser humano, mas podemos seguir nos relacionando apesar dele... Abraçando nossas fraquezas e nossas fortalezas, acertando e errando, aprendendo e nos machucando, e aceitando que tudo que vem é para nos ensinar. Só assim seremos capazes de amar e sermos amadas verdadeiramente.

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